O hotel Itália por dentro, não era nada do que aparentava ser por fora. O prédio de paredes desgastadas e janelas enferrujadas que ficava localizado em Capão Redondo na zona sul, jamais seria uma opção de estadia para qualquer pessoa com um pouco de bom senso. Além do bairro perigoso, o próprio local tinha uma fama bem duvidosa, assim como o proprietário, conhecido como Zoro. Mas o que poucos sabiam, é que por dentro o local era puro luxo, e a má fama era um diferencial do qual eles se orgulhavam, afinal, seus clientes estavam entre os mais ricos e corruptos do país. Os estagiários se deram conta disso logo que entraram na recepção.
— Não é aquele deputado procurado? — sussurrou Sara, cutucando a chefe com certo temor.
— Ssshi — sensurou Manu, se virando bruscamente para ela. — Aqui você não conhece ninguém, absolutamente ninguém. Entendeu?
Sara se calou, abismada. Algo lhe dizia que aquele não seria o primeiro hóspede procurado que eles encontrariam. Mas a loira também franziu a testa, sem entender. Não seria esse hotel um furo bem interessante? Como se lesse a mente da mais nova, Manu tratou de explicar:
— Tem coisas em que não se mexe, a não ser que queira se meter em problemas.
A expressão séria de Manu deixou Sara com mais medo ainda. E ela não foi a única.
— Que-que ti-tipo de problemas chefe? — perguntou Oliver, com uma expressão apavorada.
Manu esfregou a testa um pouco impaciente. Ela teria que desenhar? Mas ao em vez disso, decidiu fazer um sinal de joia para o rapaz, que franziu a testa sem entender, até que ela riscou o pescoço com o mesmo polegar. Imediatamente o nerd engoliu em seco, mostrando que havia entendido. Esses novatos...
Manu esperou o tal hóspede sair para ir até a atendente. Uma mulher morena cor de chocolate, muito bem vestida e maquiada, a olhou com curiosidade.
— Pois não?
— Olá. — Sorriu. — O jantar de hoje é mal passado?
Os três atrás dela não entenderam a pergunta, mas a morena assentiu, como se fizesse todo o sentido.
— Seria um tipo de código? — sussurrou Sara para Diego.
— Sshi — pediu ele, desinteressado.
— Sim. Ficará pronto as 11 e 45 — foi a frase que saiu da boca da morena de cabelos bem cacheados e firmemente armados.
Manu agradeceu e começou a ir em direção ao elevador, os três apenas a seguiram, admirados. Quando todos entraram no elevador, Oliver não aguentou manter silêncio.
— Como você sabia o código? Vem sempre aqui?
Manu balançou a cabeça, negando.
— Investiguei esse lugar quando era inexperiente. Digamos que não seria bom para a minha segurança e a dos meus colegas publicar os segredos de Zoro, então não o fiz, mas uso as informações que coletei vez ou outra.
— Mas isso também não ameaça sua segurança? — perguntou Sara, angustiada.
— Acho que sim, nunca fui muito boa em me manter segura. — Manu deu de ombros, rindo.
Diego, que estava à frente, se virou para ela com uma expressão furiosa.
— E acha isso engraçado?
O silêncio recaiu no elevador de forma avassaladoura, enquanto Manu piscava, completamente chocada com o que acabara de ouvir do seu pupilo mais promissor. Ele estava a repreendendo?
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DARK
RomanceManu já é uma repórter dedicada os 25 anos de idade. Seu maior objetivo é descobrir quem são seus pais biológicos e o que aconteceu com eles. Para isso, ela anseia alcançar um espaço na TV, o que não é nada fácil quando se trabalha apenas com jornal...