Capítulo Cinco

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  Algum tempo depois, Manu estacionava em frente ao prédio onde ficava a kitnet. Ela não planejava levar a equipe para conhecer sua casa tão cedo, mas o cheiro de bueiro que Oliver exalava não deixava ninguém respirar, o nerd precisava de um banho urgente e aquele era o local mais próximo.

  — Você está dizendo que caiu em uma poça de lama que havia no meio do jardim? Isso não faz sentido nenhum! — exclamou ela, incapaz de se segurar.

  Os quatro subiam as escadas enquanto ouviam a história descabida de Oliver, até que o celular de Diego começou a tocar.

  — Alô? Estamos na casa da Manu. Agora? Tá, vou dizer a ela. — Diego parou de andar e encarou a chefe. — Johnny precisa do carro.

  Manu suspirou. Que maravilha! Como ela conseguiria levar todos para casa sem o carro? Já era tarde, não podia deixá-los ir sozinhos.

  — Eu posso levá-lo para ele, se quiser — ofereceu Diego, percebendo o desgosto dela.

  — Você dirige?

  — Sim.

  Manu não pode esconder o alívio que sentiu ao ouvir aquilo. Diego ainda era seu favorito, sem dúvidas.

  — Ok, então vou confiá-lo a você — disse ela, jogando a chave do carro para ele, que a segurou no ar.

  — Eu também vou! — declarou Sara, assim que o mesmo começou a descer.

  Todos franziram a testa sem entender o sobressalto da loira.

  — Estou muito cansada e não moro longe da Oásis, então vou aproveitar a carona — continuou ela, na tentativa de disfarçar seu ato desesperado de ficar sozinha com Diego.

  Manu ficou um pouco sem graça ao perceber que seria só ela e Oliver, mas o nerd começou a seguir os colegas, deixando-a surpresa.

  — Aonde pensa que vai? — perguntou, detendo-o.

  — Vou com eles.

  — Vai com eles o caramba! Ninguém aguenta estar no mesmo carro que você nesse momento. Já foi um sacrifício e tanto trazê-lo até aqui, só vou deixá-lo ir depois que se livrar desse cheiro! — Agarrou o pulso dele e começou a puxá-lo escada acima.

  Diego viu a cena de longe e não gostou nada daquilo. Por que havia dito que sabia dirigir? Agora era tarde para voltar atrás.

  *   *   *

  Assim que alcançou a pequena varanda da sua kitnet, Manu soltou o pulso de Oliver, sem entender o porquê daquele contato tê-la deixado nervosa. Bom, ela não costumava tocar em quem conhecia a menos de 24 horas, e já que o dia havia sido longo, resolveu não pensar muito naquilo. Mas enquanto destrancava a porta da frente, ouviu um barulho que a deixou intrigada. Como trabalhava com investigações jornalísticas, seus ouvidos eram bem apurados.

  — O que foi? — perguntou Oliver, notando a hesitação da chefe.

  — Ouviu isso?

  — O quê?

  Era um som fino e frenético, quase imperceptível. Manu ignorou a pergunta dele e começou a andar em direção ao som, que aos poucos foi ficando mais claro, até que ela finalmente encontrou a origem: Uma caixa de papelão largada bem ao lado de um vaso grande de planta que pertencia ao antigo morador. A repórter franziu a testa enquanto se perguntava o que havia dentro. O barulho agora parecia um lamento canino, e quando Manu abriu a caixa, se deparou com uma bola de pelos pequena e preta, dois olhinhos tristes a encarando.

  — É um cão? — perguntou a Oliver, que havia a seguido.

  — Sim... um filhote — observou ele, pegando o pequeno com as mãos. Então se virou para ela. — É seu?

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