No dia seguinte, quando a equipe de estagiários entrou na sala de Johnny para iniciar o segundo dia de trabalho, Manu teve a sensação de que os acontecimentos do dia anterior haviam sido um sonho. Todos agiam como se nada tivesse acontecido, inclusive Oliver, que havia voltado a ser o nerd do cabelo empapado de gel. Manu não sabia se ficava alíviada ou se arrancava os olhos com aquela visão. Após passar o choque, porém, ela começou a pensar. Por que Oliver se vestia daquele jeito? Será que achava que assim pareceria mais inteligente? Ela conhecia algumas pessoas com essa ideia, então era uma possibilidade. Mas a questão mais importante era... por que ela não conseguia parar de ver o Oliver-pós-banho quando olhava para ele?
O nerd estava sentado em uma poltrona do outro lado da sala, lendo alguns papeis que haviam sido imprimidos na semana passada com informações detalhadas sobre o ataque do Dark. De repente tirou o óculos para limpá-lo e se deparou com o olhar furtivo dela. Manu não desviou e para a sua surpresa, ele lhe deu aquela piscada arrebatadora outra vez.
— Manu!
A repórter deu um pulo na cadeira quando a voz de Johnny a tirou daquela loucura. Pois é, ela estava imaginando coisas.
— Sim? — disse, olhando para o chefe que se encontrava em frente a sua mesa, ou melhor, mesa dele.
— Onde vocês foram ontem? O carro estava na reserva. E por que nunca abastece?
Ela sorriu amarelo, enquanto se levantava para se aproximar dele.
— Porque você sempre anda com o tanque cheio... — disse com a voz mansinha, enquanto esfregava os ombros tensos do homem com ambas as mãos. — E como somos amigos, não preciso me preocupar, né?
Johnny manteve o olhar indignado por apenas alguns segundos, antes de suspirar miseravelmente. Era culpa dele, quem mandou deixar a intimidade daquela amizade chegar a tal ponto?
— Deixa pra lá — murmurou, esfregando a testa. — Pelo menos conseguiram algo sobre o Dark?
A repórter olhou brevemente para os três estagiários. Eles não sabiam sobre a mensagem que ela recebeu do hacker, mas era bom garantir que não diriam nada sobre o perigo que correram sob as ordens dela, se não estaria lascada.
— Nadinha, foi um palpite falso.
— Sério? Argh! Tinha esperanças de que a minha gasolina fosse compensada com uma boa notícia — reclamou Johnny, balançando a cabeça com pesar antes de sair.
— Essa foi por pouco — disse Manu, se jogando na cadeira assim que ouviu-o fechar a porta. — Bom trabalho!
Os três que se encontravam espalhados pela sala, olharam para ela.
— Pelo o quê? — perguntou Sara.
— Por terem agido com discrição. — Manu se levantou e foi até a loira, sorrindo com orgulho. — Fizeram bem. O editor chefe jamais deve saber sobre os acontecimentos recentes tá?
Sara assentiu e os outros dois concordaram em voz alta.
— Mas é verdade que não conseguimos nada ontem, o que faremos agora? — perguntou Diego.
Manu já tinha algumas ideias de como prosseguir, mas ela olhou brevemente para Oliver e viu o corte que os idiotas do Zoro haviam feito no queixo dele, o que a fez se sentir mal. Eles não podiam partir em outra busca com aquela falta de habilidade.
— Vocês vão aprender auto defesa — decidiu em voz alta, causando um choque coletivo na equipe.
— Hã? Por quê? — questionou Sara, preocupada.
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DARK
RomanceManu já é uma repórter dedicada os 25 anos de idade. Seu maior objetivo é descobrir quem são seus pais biológicos e o que aconteceu com eles. Para isso, ela anseia alcançar um espaço na TV, o que não é nada fácil quando se trabalha apenas com jornal...