Capítulo Seis

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  No dia seguinte, quando a equipe de estagiários entrou na sala de Johnny para iniciar o segundo dia de trabalho, Manu teve a sensação de que os acontecimentos do dia anterior haviam sido um sonho. Todos agiam como se nada tivesse acontecido, inclusive Oliver, que havia voltado a ser o nerd do cabelo empapado de gel. Manu não sabia se ficava alíviada ou se arrancava os olhos com aquela visão. Após passar o choque, porém, ela começou a pensar. Por que Oliver se vestia daquele jeito? Será que achava que assim pareceria mais inteligente? Ela conhecia algumas pessoas com essa ideia, então era uma possibilidade. Mas a questão mais importante era... por que ela não conseguia parar de ver o Oliver-pós-banho quando olhava para ele?

  O nerd estava sentado em uma poltrona do outro lado da sala, lendo alguns papeis que haviam sido imprimidos na semana passada com informações detalhadas sobre o ataque do Dark. De repente tirou o óculos para limpá-lo e se deparou com o olhar furtivo dela. Manu não desviou e para a sua surpresa, ele lhe deu aquela piscada arrebatadora outra vez.

  — Manu!

  A repórter deu um pulo na cadeira quando a voz de Johnny a tirou daquela loucura. Pois é, ela estava imaginando coisas.

  — Sim? — disse, olhando para o chefe que se encontrava em frente a sua mesa, ou melhor, mesa dele.

  — Onde vocês foram ontem? O carro estava na reserva. E por que nunca abastece?

  Ela sorriu amarelo, enquanto se levantava para se aproximar dele.

  — Porque você sempre anda com o tanque cheio... — disse com a voz mansinha, enquanto esfregava os ombros tensos do homem com ambas as mãos. — E como somos amigos, não preciso me preocupar, né?

  Johnny manteve o olhar indignado por apenas alguns segundos, antes de suspirar miseravelmente. Era culpa dele, quem mandou deixar a intimidade daquela amizade chegar a tal ponto?

  — Deixa pra lá — murmurou, esfregando a testa. — Pelo menos conseguiram algo sobre o Dark?

  A repórter olhou brevemente para os três estagiários. Eles não sabiam sobre a mensagem que ela recebeu do hacker, mas era bom garantir que não diriam nada sobre o perigo que correram sob as ordens dela, se não estaria lascada.

  — Nadinha, foi um palpite falso.

  — Sério? Argh! Tinha esperanças de que a minha gasolina fosse compensada com uma boa notícia — reclamou Johnny, balançando a cabeça com pesar antes de sair.

  — Essa foi por pouco — disse Manu, se jogando na cadeira assim que ouviu-o fechar a porta. — Bom trabalho!

   Os três que se encontravam espalhados pela sala, olharam para ela.

  — Pelo o quê? — perguntou Sara.

  — Por terem agido com discrição. — Manu se levantou e foi até a loira, sorrindo com orgulho. — Fizeram bem. O editor chefe jamais deve saber sobre os acontecimentos recentes tá?

  Sara assentiu e os outros dois concordaram em voz alta.

  — Mas é verdade que não conseguimos nada ontem, o que faremos agora? — perguntou Diego.

  Manu já tinha algumas ideias de como prosseguir, mas ela olhou brevemente para Oliver e viu o corte que os idiotas do Zoro haviam feito no queixo dele, o que a fez se sentir mal. Eles não podiam partir em outra busca com aquela falta de habilidade.

  — Vocês vão aprender auto defesa — decidiu em voz alta, causando um choque coletivo na equipe.

  — Hã? Por quê? — questionou Sara, preocupada.

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