Capítulo Onze

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  Manu não conseguia acreditar na cena que presenciava bem diante dos seus olhos. O nerd com quem estava preocupada, a ponto de correr até ali para proteger, agora se encontrava em meio a uma luta bem desvantajosa, a qual estava... vencendo... com habilidades anormais. Jiu jitsu, percebeu, completamente imersa na sequência de movimentos perfeitos que poderia superá-la facilmente. Mas... por quê? Foi então que se deu conta dos olhos marejados, acompanhados de um sentimento de traição que lhe sufocou a garganta, deixando-a sem ar.

  Quando o rapaz finalmente deu o último golpe, a raiva de Manu já era tão intensa que a fez marchar até ele e desferir um chute forte em direção ao seu rosto, que claro, foi impedido por um movimento rápido da parte dele. E no instante seguinte já levantava o punho, mas congelou-o no ar quando os olhos encontraram os dela. E neles, Manu transmitia toda a mágoa e raiva que sentia. Também não economizou na frieza quando perguntou:

  — Quem é você?

  Ele não se mexeu por um longo momento, completamente abalado com a surpresa de vê-la ali. Mas a moça reagiu, recolhendo o pé e lhe dando as costas para sair.

  — Espera... Manu... — Finalmente disse, começando a segui-la, até que a mesma se virou com tudo, fazendo-o parar.

  — Não se atreva — rosnou entre os dentes — Não se atreva a usar meu apelido como se fosse meu amigo.

  — Eu sou seu amigo! — exclamou ele, a voz carregada de convicção e temor.

  — Não, você é um mentiroso e tudo o que sai da sua boca são mentiras — pontuou ela e voltou a andar, mas foi surpreendida por um braço que segurou sua clavícula, ao mesmo tempo em que uma mão tapou sua boca.

  Oliver arrastou Manu para detrás de um dos carros estacionados com dificuldade, já que ela se debateu até o último momento.

  — Shhh! Eles estão aqui — sussurrou para ela, que só então parou para reparar na quantidade de passos que surgiram no meio do estacionamento onde eles estavam.

  — Tem certeza de que havia apenas um? — Zoro perguntou a alguém.

  — Foi o que me disseram pelo rádio senhor, juro!

  — E como esse cabra derrotou vinte dos meus melhores homens sozinho? Estava armado?

  — Não sei dizer.

  O mesmo bufou com raiva e começou a dar instruções aos homens antes de sair. Enquanto isso Manu dirigia a Oliver o olhar mais mortal de todos.

  — Eu não queria ter mentido para você, mas fazia parte do disfarce — começou ele, sussurrando — A verdade é que entrei na Oásis para investigar o Dark. Todos souberam que ele a atacou diretamente Manu, e preciso descobrir o porquê. Esse é... meu verdadeiro trabalho.

  Como não podia fazer barulho, a moça abriu a boca, lançando-lhe uma expressão de risada sarcástica.

  — Quer mesmo que eu acredite nisso depois de vê-lo lutar?

  — Nem todo repórter é como você, nem por isso eu duvidei da sua profissão ao ver do que é capaz.

  — Mas eu luto como um ser humano normal, já você parece ter saído de um daqueles filmes do John Wick!

  Oliver se limitou a suspirar ao em vez de corrigir o exagero.

  — E dai? Isso não muda nada.

  Manu meneou a cabeça, negando.

  — Isso muda tudo Oliver, tudo. — E seus olhos marejaram outra vez.

  Ele havia mentido. Não importava o motivo, como ela poderia confiar de novo em alguém que traiu a sua confiança daquela forma? A fazendo sentir a mesma coisa de quando descobriu que seus pais a abandonaram?

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