Capítulo Doze

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  No dia seguinte, Johnny convocou Manu e sua equipe para uma reunião, com o objetivo de se atualizar sobre a investigação. É por isso que os jovens se encontravam na sala dele, sentados em cadeiras de aço, todas estofadas, em volta da mesa de vidro que ficava perto da janela. Não era bem o tipo de móvel que o editor esperava encontrar no novo escritório, mas acabou gostando do conceito.

  — Está dizendo que ele tem um quarto no hotel Itália? — indagou alto, após ouvir o relato de Manu.
 
  — É sério?! — exclamou Sara, boquiaberta, acompanhada de Diego.

  Já Oliver se manteve em silêncio, sabendo muito bem o motivo de ainda não ter sido informado sobre aquilo.

  — Sim, ouvi o próprio Zoro mencioná-lo durante a ligação. Não só isso, parece que eles tem um tipo de acordo com o hacker — acrescentou, deixando todos bem atentos. Então terminou de lhes contar tudo o que ouviu, principalmente sobre a tal festa.

  — Festa? — perguntou Oliver, se manifestando pela primeira vez.

  — É um evento de socialização da Tomorrow, feito para os sócios mais importantes — explicou Johnny, esfregando a testa. — Mas poucos da empresa são convidados.

  — Eu dou um jeito de conseguir o convite — disse Manu, determinada.

  — Essas festas VIPs são organizadas de forma muito rigorosa — respondeu o editor, meneando a cabeça. — Isso quer dizer que seria impossível conseguir um convite de última hora, mesmo que fosse importante o suficiente para isso.

  Mas a repórter deu de ombros, exibindo a tranquilidade tipicamente irritante que possuía.

  — Eu consigo.

  Vários suspiros preencheram o ar, mas ninguém ousou questioná-la. Após um silêncio longo e desconfortável, Johnny resolveu perguntar algo que vinha o incomodando desde o início da reunião.

  — Aconteceu algo?

  Todos o olharam sem entender.

  — Como assim? — perguntou Manu.

  — Sinto um clima estranho na equipe, por acaso alguém andou brigando?

   A pergunta causou ainda mais desconforto no ambiente. Manu e Oliver se olharam por um instante, mas ela se voltou para Diego, que estava ao seu lado.

  — Já resolveu aquele problema? — murmurou, esperando que o chefe não ouvisse.

  O asiático correu os olhos para Sara, tentando avaliar a situação. Mas a garota, que o vigiava de forma medonha, se assustou com o gesto e imediatamente grudou a cara no celular, fingindo estar concentrada no aparelho.

  — Difícil dizer — respondeu ele, cansado.

  Mas Manu também havia notado a reação estranha da loira, portanto o encarou com dureza.

  — Já não disse que não quero saber de brigas na equipe? — sussurrou, se aproximando o máximo que pode do ouvido dele.

  — Podem falar mais alto? — perguntou Oliver, do nada.

  — Não!

  A resposta fria e cortante da chefe surpreendeu a todos. Tudo bem que ela não costumava ser a pessoa mais simpática do mundo, mas usar aquele tom também não era do seu feitio. O que estava acontecendo? A questão levou Diego a levantar uma sobrancelha, desconfiado.

  — E quanto a vocês? Reparei que mal se falam desde ontem.

  Manu arregalou os olhos, surpresa com a capacidade de percepção do mais novo. Ela pensou que havia disfarçado bem a situação, mas aparentemente estava enganada.

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