As palavras de Diego, repercurtiram pela sala com um impacto quase apocalíptico, ao passo que as moças tentavam assimila-las. Para Sara foi um pouco mais fácil, já que não era a envolvida. Já Manu ficou o encarando com a expressão tão caótica quanto a revelação que acabara de ouvir. Depois, soltou o rapaz e explodiu numa crise de riso incontrolável, seguida por uma enxurrada de lágrimas que pareciam terem sido guardadas a vida toda especialmente para aquele momento.
Diego tentou se aproximar outra vez, mas ela se afastou, escondendo o rosto entre as mãos. Ele e Sara trocaram um olhar preocupado enquanto aguardavam a chefe se acalmar, mas nenhum deles esperava que a mesma fosse cair desmaiada no chão.
— Manu! — gritou Oliver, que havia acabado de entrar e presenciado a queda. Ele imediatamente correu até ela e continuou chamando-a, enquanto chacoalhava seu rosto com as mãos.
— Estou ligando para a ambulância! — avisou Sara, desbloqueando o celular.
— O que houve? Por que ela desmaiou? — perguntou a Diego, que havia se agachado ao lado deles.
— Ela... Eu... — ele não terminou, o que deixou Oliver com a testa ainda mais enrugada do que já estava.
— O que você fez? — indagou, sentindo uma fúria incomum dominá-lo.
Antes que o colega respondesse, porém, Manu abriu os olhos e focou no rosto da primeira pessoa que viu a sua frente: Oliver. O coreano ficou aliviado com a volta da consciência dela, mas estremeceu diante daquele olhar, que era totalmente diferente dos outros, os quais estava acostumado.
— Manu? Você está bem? — perguntou devagar, aproximando o rosto em busca de qualquer sinal de ferimento.
Ela não respondeu, mas parecia analisar cada centímetro dos traços dele, como que vendo-o pela primeira vez.
— Sinto muito — disse Diego, chamando a atenção da repórter, que se levantou assim que o viu
, num movimento tão repentino que Oliver não conseguiu impedir.— Diego...? — disse, hesitante.
O mesmo ficou confuso com a tranquilidade com a qual a irmã o observava, qualquer um que visse jamais diria que ela havia acabado de surtar. Mas dada a situação, quem não surtaria?
— Olha eu... — começou a se desculpar, mas foi interrompido por braços finos que rodearam seu tronco, puxando-o em seguida para um abraço apertado.
Manu abraçou Diego com tanta força que ele quase perdeu o fôlego. Quando o soltou, após um longo momento, parecia aliviada.
— Você cresceu tanto — sussurrou, causando uma expressão surpresa no mais novo, que não conseguia esconder as bochechas coradas que o gesto lhe causara.
Oliver olhava de um para o outro freneticamente, tentando entender a cena.
— Está se sentindo mal Manu? — perguntou Sara, falando pela primeira vez desde que chegara — Você desmaiou ainda a pouco, eu já estava chamando a ambulância.
— Ambulância? Não preciso de ambulância! Eu desmaiei porque devo ter ficado chocada com... — Olhou para Diego, procurando o que parecia ser a melhor definição para aquela situação, mas desistiu. — Em fim, agora voltei e estou bem. Muito bem.
Mas claramente, nenhum dos três acreditaram nisso.
— Não parece, é melhor a levarmos ao hospital — insistiu Oliver, preocupado.
— Você é o chefe agora? — censurou ela, olhando-o com excessiva irritação. O motivo, Oliver não fazia ideia. Depois se voltou para os outros com um sorriso estranho. — Estou bem, sériooo! Só preciso ir para casa descansar. — Começou a andar em direção a saída, mas se deteve na porta e olhou para Diego mais uma vez. — Irei vê-lo mais tarde.
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DARK
RomanceManu já é uma repórter dedicada os 25 anos de idade. Seu maior objetivo é descobrir quem são seus pais biológicos e o que aconteceu com eles. Para isso, ela anseia alcançar um espaço na TV, o que não é nada fácil quando se trabalha apenas com jornal...