Bukowski e todos seus alcoólatras

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Lendo Bukowski uma vez
pensei se não seria interessante
escrever essas coisas todas
enquanto estivesse alcoolizado.

Decidi colocar a hipótese a prova:
me embriaguei com duas doses de whiskey,
porque duas doses de whiskey já me bastam;
deixei de sentir direito minha língua,
fiquei mais triste que o normal,
e esperei algum sentimento relevante
vir à tona.

E até veio, e até cheguei num primeiro verso atraente.
Mas a partir do segundo,
eu já não era capaz de discernir coisa alguma...

O primeiro não chamou um segundo, que não existente, não chamou um terceiro.
E o poema morreu com um verso só.

Óh, Deus, que me perdoe Bukowski
e todos seus alcoólatras,
mas não me deixe morrer
com um verso só...

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