Esquisitos, estranhos, poetas e loucos

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Talvez o problema seja que eu nunca fiz amizades esquisitas. Um homem precisa de sua dose de esquisitice. Admiro muito os estranhos, realmente admiro. Vivem suas vidas na margem do que é dito, e gritam tão alto suas felicidades que quase conseguem fazê-las verdadeiras.
Talvez seja essa a fonte da minha infelicidade: nunca fiz amigos estranhos.
E por amigos eu digo companheiros, claro. Meus amigos sempre foram dos mais normais. Sempre regentes da ordem maior, sempre bons, promissores, e melhores do que eu. Talvez se eu tivesse me aproximado dos poetas e dos loucos, e bebido um pouco de suas loucuras, estaria hoje, quem sabe, não sei... Estaria hoje mais livre. E estaria mais perto dos meus sentimentos. Mas a verdade é que nunca fui louco, e muito menos poeta. Sou são, sóbrio, e extremamente ordinário.
Talvez seja essa a fonte da minha infelicidade... mas que posso fazer? Me embebedar?...
É... é, talvez eu possa me embebedar.

Meu livreto pretoOnde histórias criam vida. Descubra agora