Jesus universitário

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Na porta de entrada de uma dessas festas universitárias, um rapaz pediu minha ajuda com seus pertences enquanto ele ia buscar seu carro. Confiou em mim sem qualquer justificativa ou motivo, simplesmente me entregou sua bolsa e pediu para que lhe esperasse. Passei talvez 20 minutos esperando o rapaz retornar, escutando os graves abafados da festa. Quando retornou, lhe devolvi a bolsa, e ele, muito agradecido, me perguntou o nome. Lhe disse, a que ele respondeu que o seu era Jesus. Achei engraçadíssima a coincidência, e torci para que de alguma forma ela me concedesse momentos felizes dali em diante. Mas em lugares como esses, é muito difícil encontrar felicidade. Suponho que a graça do nome do rapaz não se aplique aos moldes exigidos na entrada da festa. Existe muita tristeza nas danças alegres dos bêbados... muito caos onde se anuncia tranquilidade...

E, então, como sempre, onde era esperado de mim a perda da razão, senti-a vir ainda mais forte. Paradoxalmente, sempre saio desses lugares com pensamentos me escapulindo pelas orelhas.

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