É isso. Mais um fim. De quantos deles precisarei até ter finalmente um começo? Se ao menos eu pudesse chorar
- e eu tento -
talvez fizesse desses fins todos o despertar de uma dor verdadeira e genuína, mas nem isso.
O mundo gira, o tempo passa, e aqui estou eu novamente: de frente para mais um fim como que de frente para uma parede lisa. Simplesmente mais um beco sem saída desse meu labirinto da existência que só pode me levar para os frios braços da morte...
Já o sei, e talvez saiba até mesmo o caminho da saída, mas continuo me enganando
nesses becos intermináveis...
Dessa vez, durou pouco mais que um mês, pouco mais que a última vez, mas isso não significa que foi pouco menos que a próxima.
São todas iguais, afinal de contas.
Todas pequenas perturbações numa corda esticada. Perturbações que só podem resultar
nas suas próprias destruições mútuas, e na volta para o estado natural de equilíbrio da corda: reta, plana
e desinteressante.
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Meu livreto preto
PoetryAlgumas reflexões de um jovem dessa geração. Dispostos às vezes como poemas, às vezes em prosa, mas sempre como vieram à mente. Perdido num planeta tão grande, e sentindo o peito apertar de ansiedade, confia às palavras, suas melhores amigas, a inti...