É quinta-feira, 18 horas.
Depois de longos dias de suor e despropósito,
todos se juntam num canto escuro
para perderem a razão
em meio a goles e tragadas.Como o ponto mais baixo
para onde escorre o esgoto,
vão todos, juntos,
cegos e sem opções,
a se drogar
e a se esfregar:
uma horda de zumbis
faminta por sedativos.Os covardes...
não têm a coragem
nem mesmo para fazerem a merda
sozinhos.A cada esquina, a cada bar,
uma Cracolândia,
uma dose de morfina,
um ponto final inevitável
para essas nossas jornadas vazias,
as quais dependem
tão absurdamente
umas das outras.
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Meu livreto preto
PoesiaAlgumas reflexões de um jovem dessa geração. Dispostos às vezes como poemas, às vezes em prosa, mas sempre como vieram à mente. Perdido num planeta tão grande, e sentindo o peito apertar de ansiedade, confia às palavras, suas melhores amigas, a inti...