Capítulo 11

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> Reino Elysium <

[Liam]

             Acordo no meio da madrugada me sentindo ofegante, me sentindo muito mal. Minha respiração vai e vem uma velocidade enorme, levanto correndo de abro a janela, coloco o rosto pra fora e sinto a brisa que aos poucos vai me acalmando. Meu rosto está suado e eu estou tremendo muito.

- O que tá acontecendo comigo?

             Coloco a mão no peito e sinto meu coração batendo forte. Volto pra dentro e vou até minha mesa e vejo que minha jarra de água acabou.

- Droga...

             Pego ela e saio do quarto, a cozinha não fica tão longe, vou pegar e ninguém vai ver. Desço as escadas e passo pelo corredor onde fica o quarto dos meus pais. Meu objetivo é só pegar água mas eu ouço umas vozes exaltas. Minha curiosidade não vai passar, vou até a porta e ouço meus pais tendo uma discussão.

- NÃO INTERESSA ALDRIC. - Minha mãe fala alto.

- CLARO QUE INTERESSA. - Meu pai fala no mesmo tom.

- Olha só Aldric, eu aceitei por muito tempo o fato de você ter trancado nosso filho aqui.

- Elara...

- SILÊNCIO, QUEM FALA SOU EU! Eu não vou aceitar você humilhar ele na frente de ninguém, já não basta o sofrimento que ele passa sendo um prisioneiro DENTRO DO PRÓPRIO LAR.

- VOCÊ ACHA QUE EU QUERIA ISSO? VOCÊ ACHA QUE EU NÃO QUERIA ELE DO MEU LADO, APRENDENDO SOBRE O REINO, INDO PRA BATALHAS?

- VOCÊ PODERIA TER FEITO TUDO ISSO, ELE SER GAY NÃO INTERFERE NAS QUALIDADES DELE. - Minha mãe grita alto.

            Nunca pensei que eu fosse ouvir minha mãe gritando desse jeito.

- VOCÊ AFASTOU SEU FILHO DE VOCÊ, OU MELHOR, DÊ NÓS.. JÁ QUE TODA VEZ QUE EU VOU VER ELE, PARECE QUE EU ESTOU INDO VER UM PRISIONEIRO QUE COMETEU UM CRIME.

- ELE COMETEU UM CRIME.

            Nessa hora eu consigo ouvir um tapa bem forte.

- Não repita isso nunca mais, meu filho não é um criminoso. - Ouço minha mãe falando entre os dentes.

- Elara...

- Nossa conversa acaba aqui, amanhã ele vai fazer o passeio com os príncipes e você não vai abrir a boca pra falar com o Liam.

- Onde você vai?

- Eu não vou dormir aqui.

            Ela diz isso e eu ouço os passos dela vindo até a porta, corro e volto pra escada. Desço correndo com o intuito de pegar minha água e voltar. Chego na cozinha e pego minha água, volto correndo pro meu quarto.
             Assim que eu chego no meu quarto parece que eu corri uma maratona, meu coração está palpitando tão rápido que parece que vai explodir. Tomo a água e meu corpo começa a relaxar, diferente da minha cabeça que não para de pensar na conversa que eu ouvi. Ponho a jarra do lado da cama e me deito, o céu parece tão calmo, tudo parece tão tranquilo, as pessoas lá fora nem devem imaginar o que eu passo aqui dentro.

******

             Pela janela, da pra ver que o sol é de geladeira, o vento anuncia que a frente fria pode estar próxima. Ponho uma roupa reforçada mas que não me deixe com muito calor.
              Ouço batidas na porta e corro pra abrir. A empregada que trás a comida está de pé lá fora.

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