> Reino Elysium <
[Rei Cedric]
- Isso mesmo Edward. - Sento do outro lado da cama. - Liam vai morar comigo no reino Valoria.
- Cedric... - Liam tenta falar.
- Então quer dizer que eu vou ver meu amigo indo embora novamente? - Edward abaixa os olhos.
- Eu sinto muito por isso Edward, não queria que você se sentisse assim, mas eu não posso deixar Liam aqui, principalmente depois de tudo que o pai dele fez.
- Eu entendo, mas você vai vir me visitar? - Edward olha pro Liam.
- Mas é claro Ed, eu jamais deixaria de ficar sem notícias de você.
- E você também pode nos visitar, ou se quiser você pode ir pra lá também.
- Obrigado pelo convite Majestade mas eu não posso deixar meus pais aqui.
- Claro, eu entendo... - Olho pra ele. - Mas as portas vão estar abertas.
- Eu agradeço. - Ele levanta. - Bom, agora eu vou precisar ir pra casa ver meus pais.
Ed levanta, abraça Liam e me cumprimenta. Quando ele sai, fico ali sozinho com o Liam.
- O que foi meu amor? - Pergunto. - Não gostou da ideia?
- Eu gostei sim Ced... Amor. - Ele da ênfase na palavra "amor". - Mas ficar longe da minha família vai ser difícil.
- Eu sei meu amor, mas eu quero que você pense se é isso mesmo que você quer, jamais vou te obrigar.
- Eu quero. - Ele me olha. - As palavras do meu pai não saem da minha cabeça, tudo isso faz eu querer sumir daqui.
Eu dou um beijo no pescoço dele e levanto, vou avisar os outros que ele acordou e está bem.
******
[Liam]
Dias se passam e eu já estou melhor, durante esse tempo, meu pai tentou conversar comigo mas eu não tenho vontade de ouvir nada que saí da boca dele, se ele busca por perdão, vai ver que esperar sentado, ele fez coisas que eu jamais vou esquecer, coisas que nunca vão sair da minha cabeça.
Enquanto guardo minhas últimas coisas na mala, ouço passos se aproximando. Minha mãe, entra no quarto com um olhar preocupado.- Tem certeza que é isso que você quer filho? - Ela me olha.
Respiro fundo antes de achar palavras pra responder.
- Sim, mãe. Eu preciso fazer isso. - Digo com determinação. - Ficar aqui não está fazendo bem para mim. Eu preciso de um novo começo.
- Eu entendo, eu vou te apoiar e em relação ao seu pai, já conversou com ele?
- Não mãe, eu finalmente acordei, finalmente percebi que não importa o que eu faça, ele nunca vai ser o pai que eu sempre quis.
- Liam... - Minha mãe tenta falar mas eu interrompo.
- Não mãe, não quero ouvir nada, eu não vou dar o perdão se é isso que ele quer.
- Pense sobre isso. - Minha mãe se aproxima de mim. - Pensei muito sobre isso. - Ela me dá um beijo na testa e saí.
Termino de guardar as últimas coisas até que Cedric entra, ele me pega por trás e beija meu pescoço.
- Nem consigo acreditar que eu vou ter você só pra mim o resto da vida.
- Eu adoro a ideia de saber que você é só meu. - Me viro e abraço o pescoço dele.
- Imagina dormir toda noite com você do meu lado, acordar com o sol iluminando sua pele.
- Eu já adoro só de pensar. - Dou um beijo na boca dele.
- Eu te amo. - Ele me beija ferozmente.
- Eu te amo tanto Cedric. - Olho pra ele.
Depois de trocarmos carinho, saimos do quarto e vamos direto pro pátio onde já está tudo organizado pra nossa partida. Vejo minha mãe, minha irmã e meu amigo Ed parados na frente das carruagens. Mas eu não vejo meu pai, é melhor assim, vai me poupar o desconforto.
Estamos prontos para partir, o coração pesado com a decisão, mas determinado a seguir em frente. Na frente das carruagens, vejo minha mãe Elara, minha irmã Amara e meu melhor amigo Ed, todos com olhares mistos de tristeza e apoio.Caminho até minha mãe e a abraço com força, sentindo as lágrimas ameaçando cair.- Mãe, eu te amo. - Sussurro, incapaz de conter a emoção em minha voz. Ela me abraça de volta, segurando-me com carinho.
- Eu também te amo meu filho, as portas vão estar sempre abertas pra quando você quiser voltar.
Então me viro para minha irmã Amara, que segura minhas mãos com força.
- Amara, obrigado por estar todo esse tempo do meu lado, você é muito importante pra mim. - Digo, sorrindo através das lágrimas. Ela sorri de volta, seus olhos brilhando com emoção.
- Eu digo o mesmo maninho, mas também quero pedir desculpas por ter pego no seu pé algumas vezes.
- Não precisa se desculpar. - Dou mais um abraço.
Por fim, viro-me para Ed, meu fiel companheiro.
- Ed, obrigado por tudo. - Digo sinceramente, apertando sua mão com gratidão. Ele sorri e dá um aceno, sem palavras, mas sua expressão diz tudo.
- Eu quero que você venha me visitar. - Digo. - Promete que nunca vai esquecer de mim?
- Jamais. - Os olhos dele estão cheios de lágrimas. - Como eu vou esquecer do melhor amigo que os Deuses me deram?
Dou mais um abraço nele e vou pra trás pra ver todos juntos.
- Bom pessoal, é isso. - Sorrio com lágrimas nos olhos. - Eu vou, mas eu quero que saibam, que todos vocês tem um espaço reservado no meu coração, eu vou lembrar todos os dias de vocês e também vou mandar muitas cartas contando tudo que for novidade.
- E eu faço questão de treinar o Liam, vou transformar ele no melhor guerreiro do reino Valoria. - Simon sorri.
Cedric dá um passo pra frente fazendo a atenção virar pra ele.
- E eu quero dizer que apesar de estar aqui por uma situação complicada, eu quero dizer que foi aqui que eu passei momentos que eu jamais pensaria em viver. Ir embora com o Liam, não quer dizer, de que estamos abandonado vocês, quer dizer que estamos começando uma nova fase.
Todos que estão ali aplaudem as palavras do Cedric. E então o soldado faz um sinal de que está tudo pronto.
- Obrigado por tudo pessoal. - Digo entrando na carruagem.
Cedric senta do meu lado e eu seguro fortemente minhas lágrimas. O chicote estala e o cavalo começa a andar, olho pela janela da carruagem e vejo meu pai vindo correndo e nessa hora eu sinto o maior aperto no meu peito.
- Amor. - Cedric põe a mão no meu rosto. - Isso não é um adeus.
- Sim, eu sei amor. - Não aguento e começo a chorar.
Nesse momento eu vejo que estou começando uma nova era da minha vida, chega de ser prisioneiro, agora eu quero viver o meu amor com o Cedric.
[CONTINUA]
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Além das Muralhas
RomanceNo reino distante de Elysium, o príncipe herdeiro vive trancado no castelo, sofrendo a rejeição de seu próprio pai por sua orientação sexual. Sua solidão é interrompida quando em uma viagem diplomática, o rei percebe sua dor e começa desafiar as bar...