A Bela fera que em ti habita.

09

Capítulo pesado, possui menções de: abuso sexual e psicológico, retrata traumas do passado/presente, alcoolismo, traição.
Se for sensível a estes temas, por favor, não leia.

☕️🫖

- Minha benção está a caminho!

O rei comemorou por sete noites o herdeiro que havia sido recém descoberto na barriga de sua amável esposa, foram dias de festas, bebidas e todo o resto, para todo o reino.
A felicidade irradiava as janelas do enorme e iluminado castelo, a mulher bonita fazia questão de colocar os seus melhores vestidos para sair e passear pelo reino, levava mantimentos para os pobres e ajudava as mulheres gestantes.

Imagine o tamanho da festa quando a parteira disse que haviam chances de serem dois?
A mulher jurou que perderia seu marido se ele continuasse dançando desta forma.
Com os meses a barriga ficava ainda maior, a adorável mulher sentia desejos e seu marido babão fazia o céu descer à terra apenas para conseguir o que sua amada desejava. O dia do parto foi uma festança também, assim que a rainha sentiu as primeiras dores, o rei abriu sua garrafa favorita, foram mais de trinta e seis horas berrando de dor sobre uma cama, a rainha jurou que jamais teria outro filho.

Eram dois meninos, uma benção diretamente dos céus, os pais sentiam-se santos por receberem tamanho milagre, dois homens bonitos e saudáveis.

Jeon Jungmin, o primogênito, o que nasceu primeiro, o maior dos dois, o primeiro a ir para os braço calorosos de seu pai.

Jeon Jungkook, não chorou quando nasceu, e apesar disto ser considerado um sinal de fraqueza, a alegria era tanta que foi esquecido, deitou nos braços de sua mãe.

A vida com os dois não era fácil, o rei não cuidaria de crianças, é o trabalho da mulher.
Por isso, os meninos choravam juntos de fome, precisavam de trocas de frauda, e a rainha já não tinha tanta saúde quanto antes. Com o passar dos meses a necessidade dos garotos cresceu, assim como eles. Agora precisavam comer bem, serem ensinados a como se portar.

Jungmin era um rei nato a os olhos de sua mãe, ela não cansava de elogiar quão perfeito seu filho era, e bem, Jungkook tinha muito a aprender ainda.
O rei já havia conseguido o que queria, tinha seus dois rapazes e uma ótima esposa, sendo assim, passava por lá duas vezes na semana para caso precisassem de algo.

A os dois anos, os garotos eram espertos demais, Jungmin dominava a fala, já jungkook andava muito bem.

- Mamãe vai buscar a mamadeira, vocês ficam quietinhos, sim?

A voz doce e cansada ecoou pelo quarto grande, os dois garotos eram espertos demais, sua mãe estava orgulhosa.

- Agora nós vamos tomar um banhozinho, primeiro seu irmão, certo?

Achavam estranho que ela conversasse com bebês tão pequenos, mas ela sentia melhor assim, achava que eles obedeceriam melhor depois.

Encheu a grande banheira de água, colocou Jungmin ali, sentou a o seu lado e puxou a garrafa transparente que estava escondida dentro do armário, deu um, dois, seis, dez goles, sentindo a cabeça rodar, arregalando os olhos para tentar se manter sóbria e observar o bebê, mas em seguida ouviu um choro alto do quarto, entrou em desespero, correu até o quarto para encontrar seu indefeso bebê caído, com a bochecha sangrando, segurou ele em seu colo, apertando os olhos para ver o corte profundo, em seguida correndo da forma que conseguiu até o médico que que ficava no palácio.

- Oh céus, ele caiu, por favor ajude!

As lágrimas desciam de seus olhos, uma mistura de culpa e raiva de si mesma, o efeito da bebida ainda mais presente devido a adrenalina.
Em dez minutos tudo estava bem de novo, seu bebê soluçava, o corte deixaria uma cicatriz, mas agora estava seguro de novo.
Voltando para o quarto, lembrou-se vagamente de Jungmin, seu peito estremeceu, arregalou os olhos e entrou em desespero outra vez, jogou Jungkook na cama para procurar o outro menino, puxou seu pequeno corpo da banheira, bateu em suas costas e sacudiu o menino, chorou como nunca, ingeriu todos os remédios tarja preta que haviam em seu banheiro com a garrafa de bebida alcoólica enquanto abraçava o pequeno corpo gelado, amoleceu enquanto ouvia o choro de seu outro garoto, mas infelizmente nada disso traria seu outro menino de volta.