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Amar não é lá uma das coisas que mais entendo.
Mas o pouquíssimo que sei sobre veio dos ensinamento, afinal, não pude ter um primeiro romance ou algo assim. Acredito que amor não é algo que se nasce, ou que você tem facilidade em descobrir, as vezes vai ser complicado e você terá que aprender a lidar com isso, e tudo bem, é assim que funciona.

Não sou o maior leitor dos romances da grande biblioteca, muito menos um grande acreditador de amor à primeira vista, acredito, sim, que a paixão pode ser sentida assim que se olha para alguém, mas o amor não, amor é conquista. As vezes você conquista sem querer, muitas vezes um simples ato pode fazer isso acontecer, meu avô costumava dizer que minha vó conquistou o pobre coração dele com apenas uma coisa, as mãos bonitas mexendo nas rosas vermelhas do antigo castelo, ele explicou direitinho a sensação, lembro-me inclusive de até conseguir sentir o que ele falava, eu era novo para guardar tudo na memória, mas lembro das três palavra mais ditas, êxtase, euforia, medo. Era assim que o casal mais apaixonado que conheci, descrevia paixão, amor era algo como calma, conexão e lealdade, as vezes eu desejava lembrar de como foi sentir a emoção das palavras ditas por ele. Hoje talvez relembre um pouco da paixão, já que as mãos nas rosas vermelhas do castelo, são apaixonantes.

Em um piscar de olhos fui forçado a sair de meu pensamento, suspirei antes de abrir a porta, talvez hoje eu esteja de péssimo humor, mas era  Park ali, com as bochechas vermelhas e buscando algum lugar atrás de mim para olhar, nós encaramos por um tempo até que ele decidiu falar.

- Bem, é... eu gostaria de perguntar algo.

As bochechas se acenderam em um vermelho sangue, pareceu ficar sem jeito, e eu estranhei a reação.

- Está precisando de algo?

Me apressei em responder, tentando deixá-lo menos nervoso, porém, começando a ficar nervoso também.

- Desculpe príncipe Jeon, mas preciso apenas tirar uma dúvida.

Sorri sem mostrar os dentes, tentando encorajá-lo, apesar de saber que ele não estaria vendo o sorriso.

- Fique a vontade.

Por um segundo lembrei do desenho e das flores, lembrei das assinaturas, engoli em seco, tentando disfarçar o quão nervoso eu havia ficado.

- O senhor tem me mandado presentes?

Ele soltou de uma vez só, depois respirou fundo e arrumou suas mãos atrás do corpo, e eu observei feito um idiota, sem dizer coisa alguma, passamos algum tempo assim, pra falar a verdade nem sei quanto tempo, mas ele continuava a me encarar nos olhos, enquanto meu cérebro batalhava bravamente para encontrar uma resposta.

- Sim.

Foi tudo o que consegui dizer, agradeci a máscara por não deixá-lo ver tamanho rosto de idiotice.
Ele tirou os olhos curiosos, ficando totalmente sem reação, abriu a boca algumas vezes, acredito eu que tentando formular uma frase, mas no fim, estávamos nos encarando novamente.

- Por que?

Mais uma pergunta complicada, me senti um idiota por não saber respondê-la, afinal, nem eu mesmo sabia o motivo, enquanto eu tentava, o silêncio pairava no ar.

- Eu não sei, apenas achei que gostaria.

Respondi com dúvida, esperando a o menos uma resposta positiva.

- É um bonito desenho, mas as flores são minhas favoritas.

As bochechas ficaram ainda mais rubras, os olhos quase fechados, apenas abri e fechei a boca algumas vezes, mas definitivamente não havia mais o que ser dito, então ele entendeu o recado, me deixando só novamente.

Tranquei minha porta novamente, engolindo a timidez de ter que vê-lo novamente pelo castelo, voltando a pilha de trabalhos inacabados, resultados de uma semana extremamente estressante.

☕️🫖

A última vez que sai do quarto foi no café da manhã, agora já deveria estar próximo da noite, já que os batidos de porta frequente dos empregados entrando em seus aposentos era persistente, mas a o menos todos os trabalhos atrasados estavam perfeitamente feitos e alinhados em ordem, então eu teria mais uma semana tranquila pela frente.

Decidi descer até a cozinha, as vezes era agradável fazer caminhadas pelo castelo vazio, gostava de respirar estando só, esvaziar a mente.
A mesa ainda estava farta com as comidas, mexi em algumas, nas uvas por exemplo, minhas favoritas.
Ouvi um barulho como se fossem sussurros, deixei as uvas de lado para identificar de onde vinham os ruídos, andei devagar até a porta, observando duas mulheres conversarem na porta de seus quartos, falavam sussurrando e era impossível entender o que diziam, mas também logo deixei que conversarem com privacidade, voltando para os corredores do castelo, visitei a biblioteca, passei os olhos pelo livro de romance ainda inacabado, questionando se Park havia abandonado seus hábitos de leitura, já que a tempos aquele livro permanecia na mesma página, passei pela sala escura e observei os sofás pretos polidos para só então subir a grande escadaria e acabar por apagar até o dia seguinte.

☕️🫖

Acordei cedo, tomei meu banho gelado e logo desci para que fosse servido o café da manhã, os dias estão mais corridos devido a o baile de máscaras que acontecerá em prol da coroação, normalmente o baile acontece sem o uso das máscaras, mas desta vez, por minha culpa a tradição seria mudada.
O baile seria aberto para todos os reinos, grandes nobres, Reis, rainhas e para o povo pebleu também, os empregados reais seguiriam suas rotinas normalmente, porém serviriam a o baile, com exceção de Park.

Ele vestiria branco em meu baile de coroação, somente ele usaria o traje escolhido a dedo, o branco mais puro e o bordado com o ouro mais amarelo que pude encontrar.

E eu ainda não havia lhe dito sobre, não sabia se aceitaria caso fosse falado, mas seria impossível evitar que descobrisse de alguma forma, provavelmente os comentários chegariam a ele de alguma forma, então, rapidamente fiz o que achei de mais correto no momento, pedi ajuda a taehyung.

- Sim majestade, o que precisa?

- Pode sentar Kim, por favor. Enfim, quero que me ajude com Park novamente.

Ele sorriu carismático enquanto sentava em minha frente.

- Como gostaria que eu ajudasse?

- Preciso que ensine a ele de forma discreta as etiquetas necessárias para o baile, ensine sobre as cores, sobre o branco, dourado, vermelho.

- Pode deixar, inclusive, belíssimo vermelho o que foi escolhido para mim, combinou com minhas pratas.

- fico feliz que tenha gostado, muito obrigado por ajudar.

Ele levantou e saiu, me deixando pensando novamente, mas pelo certo, ensinaria as regras da dança, diria sobre a importância do dourado e explicaria que o vermelho estava ali para servir.
Evitando ainda mais preocupações, segui novamente para a ornamentação, buscaria pela cor da família, o azul royal, a maioria das decorações estariam em dourado, as comidas já haviam sido escolhidas, os mínimos detalhes foram escolhidos, então nós restavam apenas três dias para que o baile finalmente acontecesse, seguindo seu propósito, que era que eu saísse em público sem ser reconhecido.

Assim que as últimas coisas foram selecionadas, acabei por voltar a roupa que mandei que fosse entregue a o quarto treze, a bonita calça branca que não era tão justa as pernas, a blusa de ceda bordada em fios dourados, o tecido fino que cobriria o colo e os braços também bordado com os fios de ouro e a máscara feita perfeitamente para deixar seus olhos em realce.

Seria impossível tirá-lo da cabeça.

☕️🫖

Comentem e deixem um votinho pra mim. 😘😘😘

Espero que tenham gostado desse e o próximo na visão do Ji vai ser muito legal, beijos!!

A Bela fera que em ti habita.Onde histórias criam vida. Descubra agora