Kate
Acordei animada naquela manhã ensolarada de sábado. Sabia que teria uma tarde especial pela frente. Com um estilo descontraído e despojado, decidi que queria apenas realçar minha beleza natural. Enquanto cuidava dos meus cachos rebeldes, meu maior trunfo, pensei em como destacar minha personalidade única naquele evento artístico. Optei por uma roupa simples e confortável: um vestido leve de algodão, uma jaqueta jeans desgastada e um par de tênis brancos. Para complementar o visual, escolhi alguns acessórios delicados que trouxessem um toque de elegância sem exageros.
Como valorizo minha autenticidade, decidi usar pouca maquiagem, destacando apenas meus olhos castanhos com um leve delineado e um toque de rímel. Meus cachos soltos e volumosos dançavam ao vento, completando o look de forma encantadora. Ao me olhar no espelho, sorri satisfeita com a imagem refletida. Sentia-me confiante e radiante, pronta para apreciar a beleza da arte. Com meu estilo único e despretensioso, estava pronta para brilhar na exposição de arte daquela tarde, deixando minha marca singular por onde passasse.
**Na Galeria**
Quando cheguei à galeria, meus olhos se encheram de lágrimas. Minhas obras estavam expostas de forma impecável, cada uma delas contando uma história e revelando uma parte de mim. Vi meus autorretratos, minhas paisagens abstratas, minhas experimentações com texturas e cores. Cada tela era uma expressão da minha alma, um fragmento da minha jornada emocional.
Enquanto percorria as salas, era abordada por visitantes que comentavam sobre a beleza e profundidade das minhas obras. Palavras de elogio e admiração enchiam meus ouvidos, e meu coração transbordava de alegria e gratidão. A cada quadro, eu me via refletida, minhas emoções e pensamentos materializados de forma poética e tocante.
No momento mais intenso de emoção, parei diante de um quadro que retratava um momento de profunda introspecção. Olhei para aquela imagem e me vi ali, no turbilhão de sentimentos que me inspiraram a pintá-la. As lágrimas escorreram livremente pelo meu rosto, misturando-se às cores da tela. Era como se eu tivesse me perdido e me encontrado ao mesmo tempo.
— Tudo bem? — Tiago apareceu, preocupado.
— Eu só fiquei emocionada. Nunca imaginei que chegaria aqui — disse, tentando conter as lágrimas.
— Você ainda vai fazer coisas maiores — disse Tiago, me abraçando. — Do fundo do meu coração, muito obrigada por tudo.
— Obrigada a você, Tiago. — Disse, soltando-me levemente do abraço.
Tiago se afastou aos poucos e chegou ao centro da exposição, levantando levemente a taça de champanhe que carregava em sua mão direita. Pegou um objeto metálico e, com três toques, toda a atenção foi para ele.
— Amigos, familiares, convidados e funcionários, muito obrigado pela presença de todos. Mas a atenção desta tarde não é para mim, e sim para a criadora destas artes maravilhosas. Com vocês, Kate Carter.
A cada passo que eu dava, as pessoas olhavam para mim com julgamento, até que cheguei ao lado de Tiago.
Tiago sussurrou no meu ouvido: — O palco é todo seu, chica.
— Olá a todos. Sou Kate Carter, a criadora destas obras que são completamente complicadas de decifrar, porque são fatos inspirados em histórias e sentimentos reais...
Na vastidão do silêncio, a solidão dança,
Entre tons profundos de azul e de esperança.
Um retrato pintado com pinceladas de dor,
Onde a solidão encontra seu eterno labor.No horizonte dourado, o Sol se põe sozinho,
Banha a solidão com seu abraço divino.
Cores se misturam, formam um véu de mistério,
E a solidão se transforma em um cenário sério.