Despedidas Não Ditas

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"Não existem finais felizes, os finais são dolorosos. Se você está feliz, sua história ainda não acabou."

Kate

Após a loucura da exposição, eis que estamos novamente envoltos em outra loucura: o aniversário de Adrielly está se aproximando, e ela deseja algo espetacular, uma celebração digna de contos de fadas, com nada menos que um unicórnio! A ideia parecia descabida, absurda até. Onde, em nome das estrelas, iríamos encontrar um unicórnio? A despeito das minhas recorrentes objeções, Tiago e eu nos encontramos a bordo do carro dele, ziguezagueando por estradas que nos levavam ao interior distante, mais precisamente à fazenda do bisavô de Tiago, escondida nas dobras rurais de Boston.

"A gente realmente vai fazer isso?" Eu disse, não disfarçando minha incredulidade. "Como planeja trazer três cavalos à cidade?"

Tiago, com a calma que só ele tem, manteve os olhos na estrada, o semblante sereno. "Não se preocupe, já está tudo arrumado. Um transporte apropriado vai levar os cavalos até lá. Eles chegarão em segurança e a tempo para a festa."

Aquela conversa era surreal. Estávamos prestes a transformar cavalos comuns em criaturas mágicas de um conto de fadas, tudo para iluminar os olhos de Adrielly em seu dia especial. A dedicação de Tiago e o entusiasmo contagiante da menina me fizeram entrar de cabeça na aventura, mesmo com um pé atrás em relação à logística do plano.

Chegar à fazenda foi como entrar em um novo mundo, um recanto de magia em meio à natureza, onde o impossível pareceu, de repente, ao nosso alcance. Entre a preparação e o trajeto de volta, cada detalhe foi meticulosamente planejado. A ansiedade de ver a expressão de Adrielly ao se deparar com seus "unicórnios" fez todo o esforço valer a pena. Naquele momento, acreditei realmente que, às vezes, para fazer alguém feliz, vale a pena embarcar na mais improvável das jornadas.

Estou chocada com a dimensão de tudo isso parece muito grande tão grande quanto um campo de futebol. Tiago começou a andar e eu segui atrás dele depois de alguns minutos andando chegamos a um estábulo , uma espaçosa baia para cavalos, desenhada a pensar no conforto e bem-estar dos seus habitantes. As paredes da barraca são feitas de madeira resistente e polida, emitindo um brilho quente e convidativo graças à iluminação suave do teto. O telhado é alto, permitindo a circulação de bastante ar fresco, transportando o aroma natural do feno e o suave almíscar dos cavalos.

No interior, o chão é coberto por uma espessa camada de palha, limpa e dourada, que farfalha suavemente à medida que os cavalos se movimentam. Esta cama é meticulosamente mantida, garantindo que os cavalos tenham um local confortável para deitar e descansar.

A baia abriga vários cavalos, cada um com seus próprios padrões de pelagem, variando de cores sólidas, como castanho e preto, a marcas complexas, como pinto ou cinza manchado. Suas crinas e caudas são bem cuidadas, fluindo graciosamente enquanto se movem. Os cavalos parecem saudáveis e bem cuidados, com olhos brilhantes e pelagem elegante e brilhante.

Os cavalos interagem pacificamente entre si, alguns se aconchegam afetuosamente, enquanto outros ficam parados calmamente, aproveitando o ambiente sereno. Alguns estão mastigando feno de um alimentador preso à parede, com as orelhas balançando para frente e para trás enquanto ouvem os sons ao seu redor.

Na penumbra do entardecer, a tensão entre Tiago e eu era tão palpável quanto a brisa fresca que anunciava o crepúsculo. Com um chamado casual, mas carregado de desafio, eu o provocava, insinuando que, embora suas habilidades no boliche fossem inquestionáveis, o hipismo era um terreno onde eu não lhe concederia vitória tão facilmente.

"Chica, você pode até se esforçar, mas os obstáculos daqui vão te cansar. Vai acabar perdendo de novo," Tiago retrucou, fechando a distância entre nós com passos confiantes, um brilho competitivo em seus olhos.

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