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pov: narrador

A babá eletrônica ao lado da cama foi o despertador matinal do casal. O choro agudo de Lua despertou ambas as mães que mal haviam dormido, pois aproveitaram a noite para curtir a companhia uma da outra, como haviam prometido que fariam, em qualquer oportunidade que tivesse, já que o trabalho e a vida de mãe ocupavam-nas na maior parte do tempo.

— Descansa, meu amor. — A voz de Juliette tranquilizou a loira que já se preparava para se levantar. — Eu vou! — Disse pressionando seus lábios contra a pele macia da testa da sua esposa, obtendo um resmungo positivo como resposta.

Ainda lutava contra a enorme vontade de manter os olhos fechados enquanto caminhava até o quarto da pequena princesinha de sua vida, que ainda chorava à espera de que fosse acolhida por uma das mães.

Encontrou sua filha no intervalo do choro, esfregando o próprio nariz com a palma da sua própria mãozinha. Juliette notou aqueles pequenos olhos de avelã se acenderem quando foram mirados nela.

— Bom dia, minha princesinha. — A morena cumprimentou quando ergueu o pequeno corpo de sua filha para seu colo. — A mamãe tá aqui. — Seus lábios implodiram em um beijo estalado na bochecha arredondada de Lua, que abriu um pequeno sorriso em meio as lágrimas.

Após trocar a fralda de Lua, seguiram para o andar debaixo, onde Juliette já estava preparando uma deliciosa panqueca para a sua filha, que estava sentada na cadeira de alimentação, que sua mãe arrastou para mais perto de seu campo de visão, com o objetivo de que a pequena não chorasse por conta da distância física das duas. Pensando em mais de uma maneira de distrai-la, a mais velha entregou o mordedor em formato de lua nas pequenas e rechonchudas mãozinhas ágeis.

A paraibana havia decidido ser criativa e romântica. Criativa em fazer uma panqueca divertida visualmente para a sua filha, e romântica no ato de levar o café da manhã na cama para a sua esposa.

Enquanto cortava as frutas em pequenos pedaços para decorar a panqueca, ora Juliette ouvia os resmungos de Lua contra o seu mordedor, ora ouvia os batuques do objeto batendo contra a bandeja da cadeira.

Sarah e Juliette sempre tiveram como uma tradição fazer panquecas criativas para Lua. E apesar de Juliette se empenhar bastante na construção de cada uma delas, quase todas as vezes resultava em desenhos exóticos, mas não se importava pois via a alegria instantânea no olhar de Lua ao ver as panquecas prontas.

— Aqui, meu amor. — Juliette colocou um pequeno prato de plástico na cor amarela sobre a bandeja da cadeirinha. E sentiu o coração ser aquecido pelo sorriso cativante nos pequenos lábios de Lua ao ver a panqueca ilustrando o que deveria ser o rosto de um urso.

A pequena uniu as pequenas mãos e aplaudiu, como havia aprendido quando ainda tinha apenas meses. Alternou as íris de avelã entre a mãe e o prato a sua frente, ansiosa para começar a comer.

— Você gostou, meu amor?! — A voz melosa de Juliette saia de forma automática quando se tratava de sua filha. — Come, pode comer. — Incentivou a pequena, que rapidamente usou o polegar e o indicador como uma pinça nas inúmeras tentativas de pegar a pequena rodela de banana que formava uma das orelha do urso. — Hum... tá uma delícia, mamãezinha. — Brincou, colocando palavras na boca ocupada de Lua, que mastigava uma parte da banana. — Agora vamos preparar o café da mamãe Sarah?! Mas antes come o ursinho que a mamãe Ju fez. — Disse, esperando que Lua não apenas entendesse a sua fala, como concordasse em ser paciente.

Apressou-se em organizar o café da manhã de Sarah na bandeja, mas volta e meia se perdia em admirar as bochechas de Lua ganhando um novo tom, com os resíduos das frutas que escapavam de sua boca.

Sariette - Paixão de RealityOnde histórias criam vida. Descubra agora