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pov: narrador

O toque preciso e emergente das mãos de Juliette encontraram a cintura de Sarah, no exato momento em que a ex-loira repousou a filha do casal na cama em que passou noites chorando, e uma carga elétrica se fez presente por todo o seu corpo.

Sarah foi presenteada antes mesmo de se virar de frente para sua mulher, tendo o toque dos lábios de Juliette na altura de seus ombros, percorrendo por suas costas sentido ao seu pescoço. A paraibana teve o auxílio de sua habilidosa mão direita para agarrar nos fios, agora escuros, de sua esposa, a fazendo arfar com o gesto, e se virar rapidamente para ter aqueles lábios pressionados contra os seus.

E apesar do extremo prazer que sentiria em realizar o desejo de sua esposa, Juliette preferiu deixa-la com ainda mais  vontade. Aproximou seus lábios, que ainda tinham resquícios do doce vinho que bebeu, dos lábios de Sarah, mas os desviou, arrastando-os pelo maxilar marcado de sua esposa. Lua se moveu na cama, no exato momento em que o lábio inferior da boca de Sarah foi chupado, deixando um som de estalo no ar silencioso do cômodo.

— Essa é a hora que a gente saí de fininho. — Juliette sussurrou com um ar de riso, com os lábios quase que colados aos de sua esposa.

Enquanto Juliette caminhava quase que na ponta dos pés para fora do quarto de Sarah, a ex loira envolveu as mãos em sua cintura e num gesto rápido e de tirar o fôlego, pressionou o corpo moreno contra a parede acinzentada do corredor.

— Eu sinto que viro uma adolescente apaixonada quando tô perto de você. — Juliette confessou em um sussurro, enquanto seus olhos se perdiam em meio ao olhar apaixonado que recebia de Sarah. — E ao mesmo tempo fico com raiva por pensar em quantas já não vieram aqui e se sentiram da mesma forma. — Revirou os olhos dando ênfase em seu charme.

— A diferença é que você vai ser a última. — Sarah respondeu, com um sorriso nos lábios, antes de dar um beijo de tirar o fôlego de sua esposa, além de sua roupa.

A esmaltação vibrante das unhas de Juliette tinham a mesma tonalidade do vermelho da paixão que as emanava. O casal não estava se importando nenhum pouco na possibilidade de serem flagradas pelos funcionários da casa de Abadia e Evandro, ou com a comemoração que rolava na área externa da casa, apenas se importavam em preencher toda a saudade que sentiram de ambos os corpos, juntos, nús e exalando pura luxúria e paixão.

(...)

Abadia e Evandro estavam tentando evitar de criar quaisquer expectativas vendo Sarah e Juliette mais próximas, estavam com receio de que estivessem sendo iludidos, assim como o outro casal, Fátima e Lourival. Entretanto, era nítido, para quem quisesse ver, que a magia estava novamente ao ar.

As ardentes chamas faziam morada nos respectivos olhares, que explodiam em uma erupção quase palpável, tamanho era o desejo e a saudade sentida por cada parte de seus corpos, alguns lugares mais que outros.

Em um consenso não dito, o casal evitava a todo custo ficar distante, aproveitavam toda e qualquer oportunidade para se tocar, no leve roçar de um braço com braço, ao apoiar a mão na coxa uma da outra, de maneira escancarada.

— Ali, Fátima, espia só. — Lourival comentou com a esposa, chamando a atenção de todos pra si. — Eu falei que era só o vinho entrar que elas não iam se desgrudar. — Apontou para a mão de Sarah sobre a coxa exposta de sua filha.

— Aí, homi. — Fátima caiu na gargalhada. — Às vezes você age como se ela ainda fosse uma menininha.

— Mas eu sou mainha, ela que tá me desvirtuando. — Respondeu Juliette, apoiando a mão sobre a de sua esposa ao invés de retira-la para completar seu charme, mas tudo que ambas queriam era ficar o mais perto possível uma da outra.

Sariette - Paixão de RealityOnde histórias criam vida. Descubra agora