5. A boleia

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Boa noite 😄⭐️

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Maraisa

No sábado, depois de passear a Meg de manhã, passei o dia todo com ela em casa. Antes de virmos, só passei no mercado a fazer algumas compras.

Ainda tinha algumas dores no corpo, mas ficavam mais suportáveis com o passar dos dias, e com a medicação que tomava.

Precisei de me preparar mentalmente para um jantar que ia exigir de mim demasiada socialização. Apesar de não gostar nada de estar nesses ambientes, eu não gostava que as pessoas sentissem que eu estava ali obrigada, então esforçava-me para ser agradável com toda a gente.

Optei por um conjunto com uma saia justa até meio da coxa, e um cropped de manga comprida, em preto e com algum brilho. Era algo simples, mas fora das roupas de desporto que usava habitualmente.

Ambas as peças tapavam as minhas marcas negras e feridas, o que me deixava mais confortável. Apesar de já toda a gente me ter visto na academia, e de me perguntarem como estava, não queria que isso fosse o tema durante alguma parte da noite.

Eu odeio ser o centro das atenções. Odeio que reparem em mim, mesmo que seja por algo bom. Não sei lidar com isso, então prefiro evitar situações dessas.

Quando acabei de me preparar, fui deixar as coisas da Meg prontas. Não fazia intenção de regressar muito tarde, mas também não queria que lhe faltasse nada.

Maraisa: Prometo que volto, está bem, Meg? - falei para ela e fiz-lhe alguns carinhos - porta-te bem, que eu já volto - ela deu-me algumas lambidelas na mão em resposta, que me fizeram rir

Depois de a deixar, fui até ao carro. Liguei a música mais alto e fui pelas ruas da cidade, até chegar ao local onde ia ser o jantar.

Quando parei o carro, fiquei por uns breves minutos lá dentro, a respirar fundo e preparar-me para aguentar tudo. Não que alguém me tratasse mal, nada disso, eu é que não sou a melhor pessoa a estar com outras pessoas.

Ao entrar no salão enorme, havia imensas caras conhecidas, só que com trajes diferentes do habitual, menos desportivos. Era engraçado ver aquelas pessoas com roupas sociais e não com tops de desportos, tshirts, calções e ténis.

Cumprimentei alguns colegas. Pedi uma bebida sem álcool porque, além de estar a conduzir, estava a tomar medicação para as dores.

Fiquei com alguns colegas, e cumprimentei alguns dos meus alunos também.

Ao longe, vi o Henrique, e a ruiva amiga dele, a Maiara, que me tinha ajudado quando fui atropelada. Ele acenou-me ao longe com um sorriso. Se havia pessoa sociável, era ele, e eu gostava de ser mais como ele, e menos como eu.

Esforcei-me para falar com as pessoas, para ser simpática. Embora, na maioria das vezes, tenha estado numa roda com os meus colegas de trabalho, ficava a ouvi-los falar, e sem interagir muito.

Fui até a uma mesa pousar o meu copo e buscar água. Olhei depois em volta, vi a Marília a conversar animada com um aluno da academia. Ela parecia simpática, aquele tipo de amiga que toda a gente quer ter.

Henrique: Então, companheira - brincou quando chegou perto de mim - eu estava na dúvida se aparecias - brincou

Maraisa: Não falto aos meus compromissos - sorri simpática

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