68. Despedida

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Alguém? 👀

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Os dias foram passando lentamente para a Maraisa, sentia-se dependente e aborrecida. E tentava que a Marília não se apercebesse disso.

A loira andava atarefada, entre o trabalho, cuidar da Maraisa e não deixar que nada lhe faltasse. Levava-a à fisioterapia todos os dias da semana, e em casa dava-lhe toda a ajuda possível.

Doía-lhe ver a mulher entristecida e aborrecida, porque apesar de a Maraisa não se queixar isso era nítido. A morena era uma pessoa independente e neste momento estava completamente dependente da ajuda dela.

Num dos dias em que saíram da fisioterapia, era perto da hora de almoço, então passaram num restaurante e levaram comida para almoçarem.

Ao chegarem a casa a Marília foi ajudar a mulher a trocar de roupa. E antes disso estava a pôr-lhe creme nas pernas para ajudar na recuperação muscular.

Maraisa: Espera - disse de repente

Marília: Então? Magoei-te? - ficou assustada

Maraisa: Não, mas passa aqui as mãos outra vez - pediu e apontou para uma zona da perna

A loira fez isso, sem entender bem o motivo.

Maraisa: Eu sinto as tuas mãos - sorriu para a loira - é muito leve, quase imperceptível, mas sinto

Marília: A sério amor? - sentiu a visão turva pelas lágrimas

Maraisa: Sim - limpou os olhos - é muito leve, mas dá para sentir

Marília: Isso são ótimas notícias amor - sentou-se ao lado dela na cama

Maraisa: Eu também acho que sim - sorriu e encostou-se a ela

Marília: Fico tão feliz amor - abraçou-a

Maraisa: Oh, não sei se quer dizer alguma coisa - sorriu de canto

Marília: É uma melhora, seja ela grande ou pequena é um bom sinal, e vamos festejar cada um deles - beijou-a

Maraisa: Obrigada por seres assim - sorriu depois - tens sido a minha força nisto tudo

Marília: E vou continuar aqui, todos os dias - fez-lhe carinhos na cara - vamos com passinhos pequeninos - deu-lhe um beijo na cara

Maraisa: Obrigada - agradeceu novamente e abraçou-a

Pouco depois estavam à mesa a almoçar. A Marília serviu-as com algum sumo e levantou levemente o seu copo.

Marília: Um brinde? - sorriu

Maraisa: Um brinde a quê? - sorriu confusa

Marília: Então ao facto de já sentires um pouquinho de alguma coisa na perna - deu um sorriso largo

A Maraisa deu uma risada e brindou com a mulher. A morena conseguia andar na cadeira sozinha, uma vez que tinha mais força nos braços, e embora a Marília a ajudasse muitas vezes, em ambientes controlados ela andava sozinha.

Marília: Passaste para o sofá sozinha? - estranhou quando viu a mulher sentada no sofá

Maraisa: Aventurei-me - sorriu de canto

Marília: Amor, tens de ter cuidado - sentou-se ao lado dela - não podes cair

Maraisa: Eu sei - suspirou - só me quis sentir um bocadinho autónoma, desculpa

Marília: Não tens de me pedir desculpa - fez-lhe carinhos na cara - eu sei que te custa não conseguir fazer as coisas sozinha, mas se te falha a força nos braços e cais... - parou a meio da frase

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