12. Sem resposta

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Olázinho!! 🥰

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No domingo a seguir ao aniversário da Helena, a Marília acordou com uma mensagem no telemóvel. Era do Lucas, a perguntar se queria estar com ele nesse dia. Estava com a Helena, e não lhe apetecia deixar a filha, então recusou.

A Maiara acabou por ir tomar o pequeno almoço com elas, ali a casa. Inevitavelmente, a ruiva quis saber como tinha sido o tempo que a Marília passou com a Maraisa, na noite anterior.

Maiara: Eu não sei a sexualidade dela, mas se te deixou aproximar dessa forma, amiga - deu um sorriso animado - ela está na tua

Marília: Maiara, não é uma brincadeira de crianças, eu não sei o que sinto e estou confusa - falou séria

Maiara: Eu entendi isso, sim - falou mais séria - mas tu só vais saber o que de facto sentes com ela, e quanto é que ela mexe contigo, se estiverem juntas - a loira olhou-a de canto - calma, safada - riu - só estava a falar nuns beijinhos, não estava a pensar já nos finalmentes

Marília: Eu não sei se me quero envolver assim - suspirou - pode ser só uma pequena atração, e não quero que nenhuma de nós sofra

Maiara: E se sofrem as duas por estarem afastadas?

Marília: Estás a exagerar - deu de ombros - e aposto que, seja qual for a sexualidade dela, tem pretendentes bem mais interessantes do que eu - suspirou

Maiara: Olha aí, loirão - abraçou a amiga - tu és linda - sorriu - e aposto que a Maraisa concorda comigo - sussurrou no ouvido da amiga - posso ligar-lhe a perguntar

Marília: Livra-te - olhou-a de canto

Maiara: Estou só a brincar - deu uma risada

Marília: Eu estou só confusa - deu de ombros - vou estando com o Lucas

Maiara: Cá estarei para te dizer "eu bem te avisei" - piscou o olho provocante e a loira revirou os olhos

A Helena apareceu a gatinhar, e subiu pelas pernas da mãe. Elas mudaram de assunto e ficaram o resto da manhã juntas.

Já a Maraisa, quando acordou, cedo como de costume, tinha uma mensagem dos pais a avisar que iam almoçar com ela nesse domingo.

Ficou sem vontade de nada na hora. Mas não tinha coragem de dizer aos pais que não queria estar com eles. Então saiu para passear com a Meg, tentou controlar a ansiedade, e o nervosismo.

Os pais da Maraisa eram pessoas de classe média. Nunca tiveram muito dinheiro, mas o suficiente para terem uma vida estável, e darem condições à filha. Deram-lhe condições físicas, mas não psicológicas. Nunca lhe deram afeto, e fizeram com que ela crescesse com medo do mundo e das pessoas, pelo excesso de zelo e proteção. Além de serem controladores demais.

Era perto da hora de almoço quando ela ouviu a campainha de casa. Respirou fundo antes de abrir e a Meg baixou as orelhinhas.

Maraisa: Estamos juntas, meu amor - fez-lhe um carinho na cabeça

Abriu a porta, e do outro lado estavam os pais, a Maria e o Luiz. Entraram como se a casa fosse deles. A Meg estava atrás da Maraisa com as orelhas baixas, e à procura de proteção.

Luiz: Continuas a deixar que o cão ande pela casa - resmungou

Maraisa: É uma menina - corrigiu - e sim, ela vive comigo, se fosse para estar na rua não precisava que eu a adotasse

Maria: Ficas com a casa a cheirar a cão - falou séria

Maraisa: Eu vivo bem aqui com a Meg - sentou-se no sofá e a Meg pousou as patas da frente, e a cabeça, no colo da dona

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