30. Felicidade

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Boa noiteee 🤭

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No sábado, pela manhã, a Maraisa ainda dormia, com um semblante sereno. Estava de bruços, com as duas mãos em baixo da almofada, virada para o lado onde a Marília dormia. Tinha uma das pernas entrelaçada com a da loira.

A Marília acordou mais cedo. A Helena também ainda estava sossegada, então ficou a aproveitar o facto de estar tudo calmo, e ficou com a olhar para a Maraisa, enquanto pensava no que tinha acontecido no dia anterior.

Percebeu que quando chegou perto dela, a Maraisa estava já bastante inchada de chorar, e muito agitada. Também sabia que ela sofria com crises de ansiedade frequentes, principalmente quando estava com os pais, ou falava com eles, então supôs que fosse isso que tivesse acontecido, depois de eles a deixarem. O facto de ela ter deixado de lhe responder não terá ajudado, mas não foi propositado.

Viu a morena acordar a pouco e pouco. Remexeu-se na cama, bocejou ainda de olhos fechados e depois esfregou os olhos com uma das mãos, para depois os abrir a custo. Demorou um pouco a habituar-se à quase completa escuridão do quarto, para depois distinguir os olhos abertos, e o sorriso da Marília.

Marília: Bom dia - disse no ouvido dela quando a abraçou

Maraisa: Bom dia - deu um sorriso e a voz saiu ainda rouca - estás acordada há muito tempo?

Marília: Não muito - puxou-a para o seu abraço - o suficiente para me apaixonar mais por ti - brincou no ouvido dela

Maraisa: Ainda é cedo para me deixares sem resposta - brincou

Marília: Estás mais calma? - falou depois mais séria

Maraisa: Sim - sorriu de canto - desculpa ter-me passado tanto

Marília: Não tens de pedir desculpa - deu-lhe um beijo na testa - eu quero estar contigo para te ajudar a lidar com tudo isso, mas não tens de pedir desculpa, não quando não me fizeste nada

Maraisa: Não nos assumi - falou baixo

Marília: Sim, mas também foste sincera e eu sei que isso não vai acontecer com a mesma espontaneidade com que eu o fiz com a minha mãe, e o meu irmão - falou com carinho - eu entendo, amor

Maraisa: Obrigada por isso - disse dentro do abraço dela - e por existires

Trocaram um beijo carinhoso, e demorado.

Helena: Mamã

A menina falou mais alto, e ouviram-na pelo intercomunicador, e pelas portas que estavam entreabertas.

Marília: Começou, oficialmente, o nosso dia - riu e a morena acompanhou

Levantaram-se sem demorar mais, fizeram uma higiene rápida e saíram do quarto.

Marília: Ei - segurou a cintura da outra - enquanto eu começo a preparar o pequeno almoço, porque é que não vais buscar a Helena? - sorriu

A Maraisa deu um sorriso sem jeito.

Maraisa: Eu?

Marília: Sim, ela adora-te e eu adoro ver-vos juntas - deu-lhe um beijo

Helena: Mamããã

Chamou mais alto.

Maraisa: Não sei se a sei domar - brincou

Marília: Não duvido que consegues - riu

Trocaram um beijo rápido, e a Marília saiu na direção da cozinha, enquanto a Maraisa ficou à porta do quarto da Helena. Abriu-a devagar.

A menina estava com os cabelos despenteados, a chupeta na boca, e um boneco na mão. Estava ainda deitada na cama, e ficou mais séria quando viu entrar o vulto, e não reconheceu a mãe.

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