Caminhos Cruzados

57. Dor

Oi 😮‍💨

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A noite já ia muito avançada, e pelo que a Marília sabia, a cirurgia da Maraisa durava há mais de seis horas e ela estava a desesperar pelo tempo.

Ela e a Maiara estavam sentadas na sala de espera, onde já se sentiam a criar raízes.

Marília: A porcaria do tempo que não passa - resmungou

Maiara: O médico quando acabar já nos vem dizer amiga - sorriu com compaixão - eles estão a cuidar dela

Marília: Sinto-me impotente Maiara - abraçou a amiga e procurou algum conforto

Estavam em pé a tentar aliviar a tensão nas costas, das horas que tinham passado ali.

Dr Hugo: Marília - chamou-a

O médico apareceu na porta da sala de espera. Tinha uma cara visivelmente cansada.

Marília: Finalmente - aproximou-se com a Maiara atrás

Dr Hugo: Venham comigo até à minha sala - pediu

Elas olharam uma para a outra e a tensão aumentou.

A Marília começou a sentir-se muito agitada e a Maiara entrelaçou o seu braço no da amiga.

Dr Hugo: Sentem-se por favor - pediu simpático

Marília: Doutor, a minha mulher? Como é que está a Maraisa?

Dr Hugo: Pela quantidade de horas em que estivemos em cirurgia, deve ter percebido que não foi fácil - explicou e a loira concordou - de facto não foi, a Maraisa precisou de transfusões de sangue, e de ser reanimada uma vez - fez uma pausa

Marília: Isso quer dizer o quê? Ela... - sentiu um nó na garganta e os olhos cheios de lágrimas

Dr Hugo: A Maraisa está viva - completou e a loira respirou de alívio - mas entrou em coma depois da cirurgia

Marília: Coma?

Dr Hugo: Não conseguimos prever quando ela vai acordar, mas vamos garantir os melhores cuidados - disse

A Marília encostou-se à Maiara, e não conseguiu dizer mais nada.

Dr Hugo: A cirurgia à perna correu bem, dentro do possível, tivemos de reconstruir algumas estruturas que ficaram afetadas - disse depois - vamos precisar de uma avaliação depois para perceber a mobilidade e sequelas - continuou - o braço está partido, e já estamos a cuidar, e sobre o traumatismo craniano, provavelmente foi ele que a fez entrar em coma, e tivemos de drenar algum líquido da cabeça dela para ajudar a aliviar a tensão

O médico fez depois uma pausa e esperou que as duas conseguissem assimilar toda a informação que lhe tinha dado. Não era um cenário fácil.

Marília: Eu quero vê-la - pediu entre lágrimas

Dr Hugo: Claro, assim que ela esteja no quarto alguém vos vai chamar - sorriu - Marília, eu vou sair do meu turno, mas vou estar contactável e a acompanhar o estado da Maraisa com os meus colegas - falou para a loira - há uma equipa inteira mobilizada para ajudar a Maraisa

Marília: Obrigada - disse com a voz embargada

Elas voltaram para a sala de espera do hospital, onde já tinham passado algumas horas. A Maiara, pelo telemóvel da Marília, enviou mensagem para a Ruth, a Camila e os restantes amigos que estavam preocupados e ansiosos à espera de notícias da morena.

Enfermeira: Dona Marília? - chamou e rodou os olhos pela sala

A loira acusou-se e foi ter com ela, acompanhada da Maiara.