72. Perseguição

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Oi 👀

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Com o tempo a seguir, a Maraisa via algumas melhorias a pouco e pouco, e cada uma delas lhe dava mais alento para continuar a lutar.

O acidente tinha acontecido há cerca de um ano, e desde aquele dia que a vida da morena se resumia a uma luta constante de recuperação.

A pouco e pouco a perna da Maraisa ia tendo mais mobilidade. Embora ainda usasse as duas muletas por recomendação da equipa médica,

Por insistência da Maraisa, a Marília ia mais vezes ao escritório, e nesse tempo a morena ficava por casa.

Elas também treinavam juntas. Ao início antes da academia abrir, com o passar do tempo, começaram a ir ao início da manhã, ou final da tarde, mas sem se preocuparem se a academia estava aberta ao público ou não.

A Maraisa ainda não se aventurava a sair de casa sozinha. Tinha medo, e não se sentia confiante para isso.

Nesse dia, a Marília e a Helena foram com ela até ao centro de fisioterapia. A mais nova estava com pausa letiva na escola, e a mãe de férias do trabalho, para poderem estar as três juntas.

Enquanto a Maraisa ficou na sessão, elas foram até um jardim ali perto, beberam um sumo fresco e estiveram a conversar.

A Helena estava uma menina boa conversadora, curiosa com o mundo desde sempre, e com confiança plena nas duas mães. Era carinhosa, adorava dar abraços e nunca se inibia de dizer às duas que as amava.

Fisicamente continuava a ser muito parecida com a Marília, até nos jeitos.

Intelectualmente, cresceu uma mistura das duas mães, tinha a criatividade muito apurada como a Marília, além de ser curiosa com tudo e ter o coração perto da boca.

Da mesma forma que tinha a ponderação da Maraisa, além de muitos gostos e formas de pensar, além de gostar de atividade física, fosse ela qual fosse.

A Helena era uma menina que cresceu feliz, com um lar seguro, de conforto, amor e amizade, onde ela sabia, desde sempre, que podia estar e regressar.

Marília: Vamos? A mãe deve estar quase a acabar - sorriu e levantou-se

Helena: Mãe, achas que a mãe vai voltar a conseguir correr, como ela gostava?

Marília: Não sei filha - sorriu de canto - têm de ser passos pequeninos, e uma coisa de cada vez

Helena: Mas ela está a conseguir - deu um sorriso animado

Marília: Ela é muito forte e lutadora - abraçou os ombros da filha

Foram a pé até ao centro de fisioterapia e ficaram na sala de espera sentadas. Uma enfermeira apareceu e chamou-as.

Enfermeira: A dona Maraisa já terminou, mas a sessão dela hoje foi mais ao fundo, então podem sair pela outra porta do centro - explicou

Marília: Tudo bem - sorriu - vamos então

A enfermeira levou-as até onde estava a Maraisa, não havia muito movimento aquela hora ali.

Fisioterapeuta: Parece que chegou a nossa plateia - sorriu quando as viu entrar

A Maraisa estava em pé, com o fisioterapeuta à sua frente a segurar-lhe as mãos.

As duas entraram e ficaram paradas apenas a observar. Os olhos da Marília encheram-se de lágrimas na hora, e a Helena tinha um sorriso grande na cara.

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