Caminhos Cruzados

64. Distração

Oooi 👀

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Os dias passavam lentamente e acabavam por ser todos iguais.

Ao longo dos dias a Maraisa foi dando alguns sinais e reações, vez ou outra abriu os olhos, mas sem consciência e voltava a fechá-los segundos depois. Na mesma quantidade de vezes, apertou a mão da mulher.

Esses momentos aumentaram a esperança da Marília e de toda a família, em que a morena despertasse do coma.

Era final da tarde, a Helena já tinha ido embora com a Ruth, depois de passar a tarde toda com elas ali, por ser sábado passava mais tempo no hospital.

Ela pediu e a Marília não lhe quis negar isso, já que a Helena estava a viver com a Ruth desde o acidente da Maraisa.

A loira tomou um banho, colocou uma roupa confortável e deixou os cabelos molhados.

Sentou-se na poltrona, depois de ir buscar a um saco com comida que a mãe lhe tinha trazido, e ficou a comer enquanto olhava pela janela, o contacto mais próximo que ela tinha com a rua.

Estava com os dois pés em cima do assento da poltrona onde também se sentava, e com a cabeça encostada atrás.

Havia uma televisão no quarto, na parede em frente à cama da Maraisa, que estava ligada mas sem som. Um filme prendeu um pouco a atenção da loira.

Estava distraída a comer, quando os seus olhos passaram pela Maraisa, como tantas vezes, e a viu de olhos abertos.

Não era algo completamente estranho, uma vez que a morena já tinha aberto os olhos de outras vezes, e fez por se levantar para falar com ela e a tentar chamar à consciência, mas algo de diferente aconteceu.

A Maraisa manteve os olhos abertos mais tempo do que antes.

A Marília pousou a comida e levantou-se. Pôs-se ao lado da mulher, segurou-lhe a mão, e nesse momento os olhos da Maraisa mexeram e encontraram os seus.

Sem conseguir controlar a loira começou a chorar e abriu um pequeno sorriso.

Marília: Amor - disse baixo - consegues ouvir-me? - a Maraisa franziu a sobrancelha - se me conseguires ouvir aperta a minha mão, amor - pediu com calma

Maraisa: Sim - respondeu baixo - eu consigo

A Marília não conseguiu parar as lágrimas e sorriu mais.

Marília: Que bom amor - deu-lhe um beijo na cabeça - eu já chamei alguém - sorriu - estou tão feliz por estares a acordar

A Maraisa deu um sorriso leve e ajeitou a cabeça contra a mão da loira, pelos carinhos que lhe sabiam bem.

Um dos médicos de serviço entrou no quarto, e sorriu quando viu a Maraisa acordada. Fizeram alguns exames iniciais, de forma a garantir que tudo estava a correr de forma normal.

Médico: À partida está tudo bem, mas pela manhã vai precisar de fazer alguns exames - explicou às duas - agora resta descansar, está bem?

Maraisa: Obrigada - falou baixo

Médico: Alguma coisa basta chamar, está bem? Eu passo de manhã, antes de sair para ver como está - sorriu para elas

Marília: Obrigada doutor

Depois de o médico sair do quarto, o ambiente estava com uma luz mais baixa. A Marília sentou-se ao lado da mulher, de frente para ela.

Marília: Finalmente senhora - sorriu, tentou limpar as lágrimas, e deu-lhe a mão