O declínio.

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Oi gente, saudades?
Bom, boa leitura!
Obrigado pelo carinho com a história, não esqueçam de votar pq ajuda muito 😭

Paciência com as nossas meninas, okay?

.

Inglaterra.
Palácio de Buckingham.

O declínio da coroa.


Capítulo narrado por Rebecca Armstrong Reine II

...
   O céu resolveu cair sob nossas cabeças e a chuva banhava os asfaltos de Londres. Pelo canto dos meus olhos eu conseguia ver Samanun caminhando de um lado para o outro, usando roupas extremamente formais pois hoje ela teria uma reunião com o parlamento. Aparentemente Buckingham não era um de seus lugares favoritos, quando chegamos sua expressão fechou e aquele sorriso que foi possível conhecer em Versalhes desapareceu de seu rosto dando lugar a uma carranca, seu silêncio e indiferença. Essa manhã nos cruzamos na sala de jantar e consequentemente nossos olhos se uniram com algum tipo de força desconhecida, eu vi o nó se formar em sua garganta e ela se levantar da mesa me deixando sozinha para fazer às refeições da manhã.

Talvez sua agenda estivesse lotada demais, mas algo me dizia que ela estava apenas me evitando. Trocamos palavras apenas quando era algo sobre Olivia, que, aliás, estava indo muito bem em suas aulas de latim. E mesmo quando ela parecia querer me empurrar acabava falhando miseravelmente por causa dos seus olhos redondos e verdadeiros. Estávamos acostumadas a ter o pão servido todas às manhãs, porque é fácil quando você ainda não conhece o desconhecido. Entretanto, agora eu e ela colhemos às migalhas dos pães e fingimos que o sol nunca brilhou tanto, que ainda somos a mesma coisa e que morreremos condenadas a solidão;

E o silêncio deu lugar ao escuro.
Um silêncio ensurdecedor.
E é como ter voltado para meu primeiro dia no palácio de Buckingham.

Para me lembrar que isso é apenas política e nada além disso. Contudo, me levando até a conclusão que a amizade ou o amor não é para à realeza e jamais será. E seus cabelos dourados são um pesadelo pois me lembro bem de como a luz dos vagalumes refletiram em suas mechas douradas, mas no fim de tudo jamais seríamos próximas. Podemos dançar, andar na alta sociedade, ter filhos, conviver; mas jamais poderemos nos apaixonar porque isso é algo que está fora do nosso alcance.

Talvez seu coração seja de outra mulher.
E, no fim das contas isso não importa.

— Vossa majestade? — Ouço a voz de Isaac que me faz empurrar qualquer pensamento de Samanun para longe de mim.

— Sim? 
— A modista trouxe seus novos vestidos. — Eu apenas dou um sorriso amarelo e digo que ele deixe em meu quarto.

É apenas isso. Eu tenho jóias, roupas e os melhores sapatos; mas do que adiantar me vestir para jantar em uma mesa sozinha? não estou em Versalhes, eu não estou em casa.

Aquilo chamou a atenção de Samanun que parou de andar de um lado para o outro, lançando-me um olhar indecifrável. Estamos na estaca zero, eu apenas viro minha cabeça para o outro lado encontrando a mesinha na qual eu deixei meu livro e o capturo novamente.

— Deseja mudar de modista? — Sua voz é mais rouca do que o normal, até mesmo um pouco fraca.

Ouço o barulho de seus passos se aproximando e então levanto a cabeça encontrando seu rosto e seus lábios parecem secos demais. Seu rosto que parecia brilhar agora ganhou possas embaixo dos olhos, seus lábios estão rachados e de repente nenhum pedaço de sua pele está amostra. Eu não a reconheço, seus olhos são escuros e sem brilho algum, mas quando ela me olha parece que no fundo daquela escuridão ela quer me dizer alguma coisa.

Azul, Branco e Francos - FreenBecky.Onde histórias criam vida. Descubra agora