A narrativa.

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Oi gente!!!
Saudades? Espero que não.

Eu estou avaliando a votação e já temos uma possível vencedora...

Boa leitura.















O final.









...
   Henrique costumava dizer que Samanun foi a causa da morte de sua esposa, alegando que a mulher se sacrificou por nada, por uma aberração. O silêncio mórbido caia sobre os ombros da inglesa enquanto encarava um ponto fixo. Anuntrakul, jamais acreditará em Deus, muito menos em Deuses, até porque a ideia do "sangue azul" era algo estreitamente político e ela ajoelhou diante de Rebecca, pois amava a esposa com todo ser. Entretanto? Para Deuses? Só de imaginar aquilo antes ela tinha vontade de gargalhar até suas tripas saírem para fora do corpo. Afinal, Deus jamais ouvirá seus clamores enquanto ela era açoitada pelos próprios sacerdotes. Entretanto, ao imaginar que poderia perder sua amada Rebecca, ela voltou a ser apenas uma menina de quinze anos.

Chorando em um quarto escuro pedindo a piedade de um Deus.

O primeiro menino que nascerá tinha cabelos dourados e o segundo castanho assim como os de Rebecca e ela achou gracioso. E, apesar de estar fragilizada a mulher não foi negligente com seus filhos e ela jamais seria. Entretanto, após colocar às crianças no berço ela caminhou perdida pelos corredores até alcançar o quarto de Olívia para se certificar que a filha estava segura e dormindo bem. Sua camisa branca agora tinha respingos de sangue da própria esposa e a cara inchada por causa do choro. O coque já não era mais tão firme e sua cabeça latejava, mas a rainha precisava se certificar que suas crianças estavam seguras assim como Rebecca gostaria que ela o fizesse.

E a princesinha dormia como um anjo.

Samanun se sentia doente sem Rebecca ao ponto de seu corpo reagir a isso.
Seu peito parecia está sendo dilacerado enquanto ela entrava no quarto que elas dividiam. A cama na qual a esposa estava deitada a algumas horas antes, sendo enroscada pelos seus braços e afogada com seus inúmeros beijos. A Rainha sequer possuía lágrimas suficiente para continuar derramando, mas seu corpo ainda tremia e seus lábios tremiam. O outono antecipou o inverno e consequentemente às tempestades assombraram a vida de Samanun, talvez, punindo-a por decidido amar. O amor é como o sol na primavera, o amor é uma francesa teimosa.

A Inglesa de aproximou da cama e puxou um dos travesseiros até seu nariz, inalando o cheiro impregnado de avelã. Samanun se considerava uma covarde por sequer ter conseguido continuar naquele quarto, saindo desesperada pelo castelo ao ver que a esposa não acordava. E, agora ela estava trancafiada no quarto das duas enquanto Rebecca estava presente em cada canto, presente em cada parte de seu próprio corpo. A Inglesa estava esculpindo o corpo de sua esposa quando foi abordada por ela naquele estúdio, pois ela era devota.

"Você acorda todas às manhãs
com o sol nas pupilas.
Me beija.
Quero que quando lembrem de mim
Saibam imediatamente que amo uma mulher
Que amo você.
Derrubo o Clero
Vou incendiar ás ruas de Londres
Vou fazer chover no verão.
Causarei catástrofes, mas se isso significa você; eu aceito.
Eu só quero ser sua
Sua até meu último suspiro.
Eu transbordo em amor
Eu transbordo porque acredito em você.
Porque não há nada mais belo
que você, meu amor.
Diga meu nome
Me chame, me chame.
E eu voltarei pra dizer: eu te amo."

A Inglesa recordou da fala de sua amada esposa. Que ela escreveu enquanto às duas estavam agarradas na cama após fazerem amor, Samanun disse que era extremamente brega e se acabou de rir enquanto tinha sua cabeça deitada no colo da morena. Elas rolaram pela cama, se beijaram um milhão de vezes e traçaram caminhos já conhecidos um no corpo da outra. Os lençóis aos poucos foram para no chão e as risadas da Francesa atingiam os ouvidos da rainha que não conseguia parar de sorrir. O sangue corria tão rapidamente, ela estava consigo, ela estava ali. Ela sempre estaria lá de alguma forma.

Azul, Branco e Francos - FreenBecky.Onde histórias criam vida. Descubra agora