Você me ganhou no olá - Freenbecky

XXXVIII. Decisões

Noey e Nam estavam esperando na calçada quando Freen chegou num SUV. Quando o motorista começou a descarregar as malas dela, as primas imediatamente a encararam.

Pelo menos tiveram a decência de esperar o motorista ir embora antes de começarem a falar.

Nam foi a primeira.

— Tudo bem, pode ir falando. Que malas são essas?

Noey olhou o relógio.

— E não temos muito tempo para você ficar enrolando, então comece logo pela verdade, ok?

Freen piscou, um pouco surpresa. Ela estava acostumada com a rispidez de Nam, mas não de Noey. Elas queriam uma resposta? Ótimo. Freen assumiria a responsabilidade por suas escolhas. Com o queixo erguido, disse:

— Vou volta para Los Angeles e para O esquadrão do glamour.

Ok, ainda não tinha assinado o contrato, mas tinha 87% de certeza de que eles a aceitariam de volta.

Noey arregalou os olhos, mas Nam estreitou os dela.

— Como assim? — o tom de Nam era de descrença com uma pontinha de raiva. — Vai voltar para Los Angeles? Do nada? — Os olhos dela se desviaram para a pequena montanha de malas. — Hoje? Vai embora direto da festa, é isso?

Era exatamente o que Freen tinha planejado, mas ela não queria admitir. Noey interveio.

— E o Plano da Mulher de Sucesso? — ela parecia pessoalmente ofendida com a decisão de Freen de desistir da ideia delas.

— Rasguei. — Freen deu de ombros, indiferente. — Era óbvio que não estava funcionando para mim.

Nam revirou os olhos.

— Ah, por favor. Você adorou trabalhar em Lalita. E você detesta Los Angeles. Só que é atriz demais para admitir isso. Vai jogar no lixo todo o progresso que fez só porque as coisas não deram certo com uma pessoa? É isso mesmo?

— Não é só que as coisas não tenham dado certo. — A voz de Freen tinha adquirido um tom defensivo, mas estava cansada demais para falar de um jeito mais doce. — Não posso continuar sendo íntima da Becky na frente das câmeras enquanto finjo que não sou apaixonada por ela. E, quando a coisa aperta, ela desaparece. Tudo nessa série tem relação com ela, e a principal questão é que ela não confia em mim. Não posso continuar trabalhando com alguém assim.

— Ah! — Nam assentiu, com um ar de sabedoria. — Nível quatro na Escala Freeana.

A voz de Noey era amigável.

— Meu bem, acha mesmo tão absurdo assim que ela não tenha contado sobre o filho? Me parece que ela estava acostumada a guardar esse segredo debaixo de sete chaves. E você...

— É um ímã de atrair paparazzi. — concluiu Nam bruscamente. — Agora entre, temos arranjos de flores para preparar.

As três levaram as malas de Freen para dentro e começaram a trabalhar.

— Quantas flores magenta são mesmo? — perguntou Nam.

— Duas. — respondeu Noey entre os dentes. — Pela quinta vez: são duas alpínias, uma rosa amarela.

— Saquei. — Nam arrancou todas as delicadas flores tropicais do vaso e começou de novo. — E daí que Rebecca não contou para você que tinha um filho? Você se abre rápido demais com as pessoas.

Freen bufou enquanto forrava o interior de um vaso de vidro retangular com folhas grandes. Elas ficaram tortas, então tirou todas de lá de dentro e começou de novo.