XXXIX. Festa de aniversário

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Os nervos de Rebecca estavam fora de controle quando ela chegou ao salão de festas no Bronx. Ela tinha imaginado uma reunião pequena na casa de alguém, talvez num centro comunitário, mas aquilo era... grande.

A Marina Del Rey ficava à beira da água, com vista para o Estuário de Long Island. A parte externa era toda de pedra clara, num tom de areia, com fontes, arcos e colunas, e cercada de árvores e arbustos bem aparados.

— É um casamento? — perguntou vovó Arun enquanto Rebecca a ajudava a sair do carro que alugara.

— Devem fazer casamentos aqui. — respondeu vovô Som, então deu uma cotovelada na neta e piscou para ela. — Caso você queira fazer disso um verdadeiro espetáculo.

— Vai ter bolo? — Sam saltou do carro e começou a dar pulinhos.

— Vou estacionar. — disse Rawee — Esperem por mim.

Eles entraram todos juntos. Algumas pessoas na porta olharam estranho, mas Rebecca incorporou Mia e seguiu em frente, segurando a mão do filho.

— Você vai subir num palco e contar a todo mundo o que você sente? — perguntou Sam num sussurro disfarçado.

Rebecca lembrou de como Mia tinha chamado Lalita ao palco no último episódio. Mas ela era diferente de Mia. Na verdade, Freen era mais parecida com Mia e ela era mais parecida com Lalita. E Lalita... ela faria as coisas de um jeito diferente.

— Não, filho. Acho que não. Eu só preciso contar a ela.

Vovó Arun deu um tapinha de aprovação no braço dela e sussurrou em tailandês:

— Tenho um bom pressentimento.

Encorajada pelo bom presságio da avó, Rebecca conduziu a família até o salão principal. Sua boca ficou seca imediatamente.

Rawee parou ao lado dela.

— Isso é o que eu chamo de festa. — disse ela, impressionada.

Havia, pelo menos, duzentas pessoas lá dentro. A pista de dança central estava movimentada ao som de músicas animadas. Casais dançavam, crianças corriam pelo chão e pessoas sentadas nas mesas redondas espalhadas pelo salão conversavam e comiam.

Todos estavam bem arrumados, e Rebecca fez um agradecimento silencioso ao “pressentimento" que tinha feito vovó Arun colocar o terno de Sam na mala, "só por garantia”. O filho estava muito elegante, mesmo com o braço na tipoia.

As cores da festa eram magenta e amarelo, presentes nas flores e na arrumação das mesas, e também nas luzes neon que iluminavam o teto e os arcos nas paredes. As pessoas se serviam num bufê em uma das pontas do salão e havia um bolo enorme em uma mesa na outra extremidade.

Sam o avistou na mesma hora.

— Bolo! — disse ele num tom de reverência, e Rebecca segurou uma risada.

Então o burburinho começou, e ela soube que havia sido reconhecida.

Uma semana antes, teria dado no pé. Mas hoje não. Seus pais sempre haviam lhe mostrado que, quando você se importa com uma pessoa, é preciso se fazer presente para ela.

Além disso, ela precisava fazer algo grandioso.

Endireitando os ombros, Rebecca apertou a mão de Sam.

A multidão na pista de dança abriu caminho. Uma senhora idosa com um vestido rodado de paetês amarelos estava no centro da pista, dançando com um rapaz.

Por um segundo, o salão inteiro prendeu a respiração. Então a mulher de amarelo deu um berro.

Gritos começaram. Pessoas pularam da cadeira para ampará-la, mas tudo o que ela fez foi apontar para Rebecca sem conseguir dizer nada.

Você me ganhou no olá - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora