XXXX. Amor

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— Então. — Freen cruzou os braços e encostou no gradlil. — Em primeiro lugar, obrigada por ter vindo. Significou muito para minha avó.

Ela estivera certa que a mulher não apareceria. Por que o faria, depois das coisas horríveis que tinham dito uma para outra? Por diversas vezes, quase mandou uma mensagem para ela implorando que aparecesse — não por ela, mas por sua avó —, mas aquele era um comportamento da antiga Freen. Ela não ia fazer mais nada movida por desespero, medo ou falta de noção.

Mulheres de Sucesso são completas e felizes por conta própria.

Era isso, caramba.

Mas então Rebecca aparece, despretensiosamente sexy com aquele vestido azul bem alinhado, com um decote perfeito, revelando aqueles seios bonitos. O coração dela quase tinha pulado para fora ao vê-la. E, quando Freen percebeu que a mais velha tinha levado a família, entendeu o que aquilo significava — a maior prova de confiança que Rebecca era capaz de dar.

— O sorriso dela valeu por qualquer agradecimento. — disse baixinho. — De verdade. A reação dela e do restante de sua família... me fez lembrar por que estamos nesse negócio ridículo. Eu estava com saudade disso.

Freen franziu a testa.

— Estava com saudade disso? Mas você trouxe sua família. Aliás, também reconheço o gesto. Sei como é difícil para você exibi-los em público.

Rebecca abaixou a cabeça.

— É, mas... eu confio em você.

A mais nova estava derretendo por dentro.

— Obrigada.

— Mas não foi isso que eu quis dizer. Antes da morte do meu pai, costumávamos visitar Bangkok, onde a maior parte da nossa família morava. Nós fazíamos grandes festas no Natal, nos aniversários, tudo isso. Mas isso foi há muito tempo e... Eu não tinha ideia de como sentia saudade disso. Desde que Sam nasceu...

Ela não terminou a frase e deu de ombros, parecendo um pouco desamparada, então Freen tentou animá-la.

— Eu posso imaginar... que seja difícil falar sobre ele com outras pessoas.

O alívio no rosto da atriz partiu o coração da mais nova.

— Sim. — A palavra tinha sido proferida com um tom de gratidão. — Eu quis contar a você, Freen. Várias vezes. Sou uma mãe solteira, mas não sei como falar sobre isso. Não sei mais namorar. Minha vida é... complicada. E talvez tenha acabado de ficar mais complicada, ou menos. Não sei exatamente.

Freen queria ir até ela, abraçá-la, tocá-la enquanto ela falava. Aquela era a Rebecca que tinha conhecido quando estavam a sós — a mulher doce, séria, insegura por trás das heroínas de novela. Mas ela precisava se segurar, para dar espaço para as duas falarem.

— O que você quer dizer com isso?

Rebecca suspirou e esfregou a parte de trás da cabeça.

— Minha mãe vai voltar para Seattle e Sam vai ficar morando comigo. Em tempo integral.

Freen examinou a expressão dela.

— Você parece animada.

— Estou. — Um sorriso brotou nos lábios da mais velha. — Eu sei que vou precisar me adaptar, mas é tudo o que eu sempre quis.

— Fico feliz.

Rebecca abriu a boca, hesitando um pouco, e depois falou:

— Você namoraria uma mulher que já tem um filho?

Você me ganhou no olá - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora