Realidade Física

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Não sei se essa sensação já havia percorrido meu corpo alguma vez, mas não era parecido com nada que já sentira. Meu estômago se contorcia como se estivesse atado em diversos nós. - Não, não era nada parecido com as tais borboletas.

Minhas mãos suavam frio e não conseguia fazer com que minhas pernas parassem de tremer.

Ela chegaria às 14:50 em ponto no aeroporto e aparaceria linda e reluzente pelos portões do desembarque. - O pensamento me fez estremecer outra vez. - Olhei o relógio pela milésima vez e ele marcava 14:57.

- Certo, ela já chegou e vai aparecer a qualquer momento. Mas.. E se eu não a reconhecer? Se deixá-la passar direto? - pensei comigo mesma.

Tal pensamento fazia sentido, afinal de contas, nunca a tinha visto pessoalmente. Sabia como era apenas pelas fotos e pelos vídeos que me mandara ao longo dos últimos meses.

Respirei fundo e fechei os olhos tentando conter meus pensamentos e, quando os abri, lá estava ela. Tão radiante quanto o Sol. Loira, olhos da cor do mais profundo azul olhando diretamente para mim. - Poderia jurar que estava me afogando neles. - Aproximadamente 1,54 de altura.

Senti todo o sangue do meu corpo gelar. Era como se não conseguisse respirar. Estava nervosa e agitada. Afinal de contas, a mulher mais linda do mundo estava há exatos três passos de mim.

Pisquei pela contagem de alguns milissegundos antes de sentir seu corpo sobre o meu, me imergindo no mais intenso e profundo abraço.
Pude sentir sua respiração acelerada no meu pescoço -o que fez com que todo o meu corpo entrasse em choque, eriçando cada pelo em cada centímetro de sua extensão. E então a envolvi num apertado abraço, minhas mãos ao meio de suas costas apertando-a contra mim.

Permanecemos no abraço o que me pareceu duas horas. Era como se o tempo tivesse parado ao nosso redor. Então me afastei. - Apenas o suficiente para poder olhá-la nos olhos. - E a beijei. Ali mesmo, no meio de todos. A eletricidade corria por nossos corpos. Dava pra sentir a euforia e o choque químico que o beijo causara.

Cessei o beijo de repente, a olhei e disse:

- Sara, vamos sair daqui. - As palavras tropeçaram pela minha boca e sairam num som esganiçado e em tom desesperado.

- Eu estava pensando exatamente o mesmo, Lua. - Pude sentir a malícia em seus olhos e naquele sorriso torto que já conhecia pelas fotos.

Abri o porta-malas, ajeitei as coisas de Sara em seu interior o fechei em seguida. Dei a volta no carro, abri a porta do passageiro e observava ternamente enquanto ela entrava.

- Obrigada. - Sussurrou enquanto colocava o sinto de segurança.

Entrei no carro, respirei fundo enquanto colocava o sinto e sorria sem parar. A olhei mais uma vez e reparei que ela também me olhava. A eletricidade do beijo seguira a nós duas até ali e permanecera em nossos olhares.

Sem pensar, liguei o carro e já estava atravessando a cancela do estacionamento.

Meu apartamento ficava a não mais do que vinte minutos do aeroporto e durante a viagem, Sara me contara sobre as quase cinco horas que passara no avião e sobre como estava eufórica por finalmente estarmos juntas. Até que se fez um breve momento de silêncio quando ela colocou sua mão esquerda sobre minha coxa direita. Sara me olhava e mordia o lábio inferior de uma maneira que me fez enrigecer todos os músculos de meu corpo. Não podia encará-la pois estava dirigindo, então sorri maliciosamente e relaxei.

Sara começou a correr seus dedos ao longo de minha coxa, suave e lentamente. Repetiu o movimento duas vezes até chegar à parte interna, perto da virilha, o que me fez arfar e morder o lábio.

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