Scream

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@Mrs_4th_Eyess

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Luana On.

Chego à casa de Sara e todos estão me encarando. Meu coração está batendo loucamente dentro do peito - chego até a me lembrar daquela música, Sledgehammer - 5H, só que aí eu vou ter um ataque fulminante do coração.

Os pais da minha namorada estão no sofá e o irmão dela está encostado na parede da sala me encarando.

Estou me sentindo intimidada ao extremo. Me encarar assim é mesmo necessário?

Aperto a mão da minha namorada que sorri para mim mas não diz uma única palavra.

-Amor.. diz alguma coisa. - cochicho no ouvido de Sara e olho em volta para me certificar de que ninguém ouviu. - Esse silêncio está me matando..

-Claro amor. - Sara me encara com um olhar perturbador.

Que porra que ta acontecendo?

-Mamis e Papis, essa é a Luana. Minha namorada. - minha namorada diz e me dá um beijinho no rosto logo em seguida.

-Oi Luana. - o senhor à minha frente diz seco e com o olhar azul turquesa pesando sobre mim.

-Oi, senhor. . - digo mas o som quase não sai da minha boca.

-Vamos comer, mocinha? - agora quem fala é a senhora seguindo na direção da mesa de jantar.

-Claro !- digo tentando um tom entusiasmado, mas sem muito sucesso.

Esse lugar é estranho, é escuro e monótono. Os pais de Sara são estáticos e grossos. E o irmão dela simplesmente desapareceu. Acho que não sou bem vinda. Mas preciso permanecer impassível até o final do jantar.

Sentamos todos à mesa. Menos o irmão da minha namorada. A mãe de Sara já havia arrumado a mesa e agora estava servindo a comida. Fiz um gesto para começar a me servir e ela bateu na minha mão com uma colher, me impedindo de continuar a ação.

-Eu sirvo todo mundo aqui! Ta entendido? - A senhora a minha frente fazia uma cara nada legal e todos à mesa me olhavam como se eu fosse uma mongol.

PORRA. QUE GENTE LOUCA.

A senhora me entrega meu prato e se senta. Todos ainda me encaram e então resolvo olhar para a comida e ficar ali encarando para evitar os olhares reprovadores, mas ao olhar para o meu prato observo uma gororoba escura e espessa. Aprofundando mais o olhar, podia ver que a comida se mexia e, espera, AQUILO É UMA ANTENA? QUE PORRA É ESSA?!

Ergo meu olhar desesperado e agora o pai de Sara me encarava com os olhos vermelhos e fundos.

-Você não gostou da comida, Luana? Como quer namorar minha filha se mal sabe apreciar o jantar na casa dos sogros? - a senhora disse agora descabelada e com o corpo sobre a mesa me encarando.

Olho desesperadamente para Sara e ela estava com o rosto demoníacamente horrível. Os olhos completamente pretos, um sorriso fuckin do mal nos lábios com os dentes amarelos. Levanto completamente atordoada do meu lugar e corro para o banheiro desesperada. Tranco a porta, me jogo no chão e do nada se fez um silêncio.

MAS O QUE ESTÁ ROLANDO AQUI? O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

Eu tentava gritar mas parecia que haviam colocado minha voz no "mute". As lágrimas escorriam por meu rosto enquanto eu tentava acalmar minha respiração. Então a porta simplesmente se abriu com um barulho de rangido e quatro pessoas completamente encapetadas, endemoniadas, fuking triller entraram com facões e sorrisos no rosto. A cena era típica de um filme do Jeff Smile. Eu não podia me mexer.

-Oi meu amor. Tudo bem? - minha namorada, ou o que ela tinha virado, perguntou chegando perto de mim com o facão apontado em minha direção e aquele sorriso que ela havia dado na mesa do almoço. - Hey, não vai falar nada? Amor..

-AMOR! ACORDA! TO FICANDO NERVO.. - dou um pulo da cama, caindo no chão e tentando controlar não só a respiração mas as batidas do meu coração. - LUANA, O QUE HOUVE? VOCÊ ESTAVA GRITANDO!

Olho assustada para Sara, e acho que a minha cara deve estar péssima pois o olhar dela era quase de desespero. Aos poucos me dou conta de que havia tido um pesadelo.

Respiro fundo, relaxo e me levanto jogando meu corpo na cama logo em seguida. Olho para a minha namorada em pé ao lado da cama ainda aguardando uma resposta. Agarro sua cintura e a puxo para se deitar comigo.

- Eu acho que tive um pesadelo, amor.. - digo deitando minha cabeça em seu peito e a sinto colocar as mãos em meus cabelos onde começava um carinho gostoso.

-Pois, eu tenho certeza! Você estava gritando, se debatendo e agora está toda suada! Com o que você sonhou, amor?

-Sonhei com o jantar de hoje. Só que sua mãe me serviu insetos com alguma coisa podre pra comer e aí depois vocês viraram demônios zumbis do mal e quando eu corri pro banheiro você tentou me matar com uma puta duma peixeira. - Digo agora olhando para minha namorada que caiu na gargalhada. - Af não ri, Sara! Qual é! - falo séria.

-DESCUL.. PA AM..ORR. - Sara diz, ou tenta dizer entre uma pausa e outra de sua gargalhada escandalosa. - EU PRECISO RIRRR.

-Amorrrr! Para né! Af - digo me virando de costas para Sara.

Sinto um braço passando por minha cintura e então minha namorada começa a me dar beijinhos por toda a extensão do meu rosto, me fazendo virar para ela outra vez. Seus lábios tocam os meus e então iniciamos um beijo lento e cheio de carinho. Minhas mãos passeiam por suas costas e param em sua bunda, onde aperto com vontade e sorrio interrompendo o beijo. Sara sorri enquanto me olha.

-Amor, como entrou aqui sem que ninguém me avisasse? - pergunto acariciando seu rosto.

-Eu pedi para te interfonarem aquu, mas como você não atendeu, eu expliquei que sou sua namorada e que você dorme feito pedra às vezes. A minha sorte é que menina da recepção lembrou de mim e dos amassos que a gente deu no elevador, que ela acabou vendo quando a porta abriu. - Sara ri e eu a acompanho lembrando da cena.

-Eu estou com medo da sua família não gostar de mim.. - digo fazendo bico.

-Eles vão gostar amor! - Sara diz chupando meu lábio. - Meu pai já foi com a sua cara só de eu falar de você e o Jullio disse que é humanamente impossível alguém ser tão gata e ter os olhos tão verdes. Então tecnicamente eu namoro um ET. - ela disse e então caímos na gargalhada.

- Então NÓS somos ET's, porque você está nessa mesma categoria de beleza. - digo mordendo a bochecha esquerda de Sara.

-Amor, meu pai conversou com a minha mãe e eles decidiram fazer, além da janta, um almoço. Eles querem a gente lá em vinte e cinco minutos. - minha namorada fala sorrindo.

-Por que em vinte e cinco minutos, amor? - digo a olhando confusa.

-Luana, já é uma e vinte da tarde, tá? - Sara diz mostrando seu celular.

-PORRA! COMO EU DORMI TANTO?!

-Deve ter sido esse sonho maravilhoso que você teve. - Sara ri debochada.

-HA HA HA. -digo sarcástica e dando um selinho demorado em seus lábios. - Vou tomar um banho rápido e a gente vai.

Sara On

Enquanto Luana toma banho eu aviso meu pai por SMS que chegaríamos em pouco tempo.

Papai conversou com minha mãe e conseguiu acalmá-la. Pela manhã ela foi ao meu quarto e me acordou com um beijinho no rosto, dizendo que sentia muito por todos os anos em que tivemos problemas, explicou tudo que ela sentia e pediu perdão por tudo que havíamos passado. Choramos, claro. Igual bebezinhos. Choramos muito, mesmo. Até desidratei. Inclusive a ideia do almoço havia partido dela, ela está se esforçando.

Depois que Lua terminou o banho nós seguimos em um táxi para a minha casa e, lá chegando, permanecemos uns minutos paradas na frente da porta de entrada porque a cagona estava tentando parar de tremer.

Beijei o rosto da minha morena e finalmente abri a porta.

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