Capítulo 9

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ALEERA

Dias depois...

Mesmo contra vontade, o rei agora me deixa fazer o que me cabe como rainha.

Desde a apresentação, só falamos o necessário e eu o evito, juntamente com sua amante.

Ela está sempre aqui, se arrastando imponente pelo palácio.

Sim, isso me incomoda ao extremo, mas eu lhe dei um ultimato no dia da coroação e enquanto ela apenas se mantiver no quarto dele e não no meu caminho, não farei nada.

Mas eu sei, iremos ter esse embate.

Saio do gabinete real onde resolvi algumas pendências sobre o reino, a escola, que ja esta bem organizada, um baile de primavera que eu achei extremamente desnecessário, mas que soube ser amado pelo povo e alguns outros reis e lordes vindos de outro reino.

Darei o meu melhor e será inesquecível.

Caminho para o harém do reino, que virou outra pendência, desde que ele se apaixonou por aquela ratazana.

Sim. É assim que eu a chamo.

O harém foi abandonado o que tem deixado muitas delas frustradas.

Chego na porta do mesmo, os guardas me reverenciam, o que eu odeio e abrem as portas pra mim, revelando mulheres lindas, e pela variedade, vindas de todos os lugares.

Negras, loiras, brancas, altas, magras, gordinhas, ruivas, cabelos longos, curtos e muitas jóias e adornos.

Provavelmente moedas de troca, presente ou que simplesmente quis vir.

Pelo visto, aqui é interessante pertencer a um homem, que está sempre com uma mulher diferente em seus aposentos.

Elas se levantam e se organizam em minha frente, de novo reverencias e reviro os olhos.

-atenção! Todos nós sabemos que o rei a muito não lhes procura... Algumas devem se sentirem devastadas com isso e outras contentes por com certeza não estarem aqui por vontade própria. — percebo a inquietação de algumas. Provavelmente ansiando uma fagulha de esperança de sair daqui — Então a essas que não estão aqui por que querem, vão para meu lado direito, fazendo isso, terão sua tão sonhada liberdade. — elas me olham em espanto e confusas, estão com medo de mim e que possa não ser verdade — Podem confiar em mim.

Ninguém se moveu. Suspiro exasperada. Não é possível que deixaram essa oportunidade passar.

Aguardo mais alguns instantes e quando não tenho nenhuma resposta, me canso e resolvo sair.

Porém, uma mulher finalmente da um passo. Não qualquer mulher, ela é extremamente linda, negra de olhos verdes e cabelos encaracolados dignos de desejar ter um igual. Eu fico realmente impressionada.

-m-meu pai me deu ao rei como presente, vossa majestade.

-e agora te dou sua liberdade.

Seus olhos brilham, mas ha também ansiedade e preocupação.

-mas minha rainha, para onde irei? Tenho certeza que me recusaram. Não que não seja uma honra servir ao rei, mas eu sempre sonhei em ir além disso. — respira fundo — Não irão me aceitar lá e em lugar nenhum. Mas, também não quero ficar aqui.

-pode ir para as terras de meu povo! — ela se assusta — sei que vocês os tem como selvagens e até a mim. Mas não somos. Lá, mulher não é moeda de troca — digo me aproximando — são idolatradas e respeitadas por todos os homens. Prova disso é que minha tia é a líder do povo. Uma mulher. E lá, tenho certeza que achará alguém que vai te aceitar, independente do seu passado e caso você queira. — chego perto e levanto seu queixo suavemente, fazendo ela me olhar nos olhos — E principalmente, as mulheres lá, nunca se curvam para ninguém.

Rainha - Minha Doce SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora