ALEERA
Ainda não acreditava que estávamos indo embora.
Foram dias tão agradáveis, eu e Noah ficamos mais próximos, mas não sei como será nossa volta.
De qualquer forma, estarei pronta, o que não vou, é deixar ninguém pisar em mim.
Me despeço de Ludwig e Eleonor, me demorando com minha pequena Yandra nos braços.
Após me despedir de minha família e algumas outras pessoas, me volto para Isolda, que está com um sorriso de orelha a orelha, deixo um abraço para Eron — que percebi ter incomodado Noah, mesmo depois de tantas conversas — então chego até minha tia a abraçando apertado.
-queria que ficasse mais.
-eu também, tia! Mas foi ótimo, me sinto renovada.
-que bom querida! — ela volta sua atenção para aquele que carrega a coroa — rei! — apenas diz.
-senhora Astrid! — meneia a cabeça — Foi muito bom nossa estadia! Agradeço por tudo.
-mesmo que sejamos meros selvagens? Creio que deve ter sido mais uma tortura do que algo agradável.
Ela sorri de lado para ele.
Um brilho triunfante em seu olhar, como se tivesse vencido a maior das guerras e derramado muito sangue, pois sabe que ele não poderá mais dizer isso.
-não foi nenhuma tortura — diz firme — e vou embora feliz por isso e por constatar que a ideia que tinha de vocês, era completamente errada. Saio daqui imensamente satisfeito.
-isso é um pedido de desculpa?
Ele apenas sorri.
-pode nem acreditar, mas ganhou meu respeito e admiração! É uma exímia líder e uma pessoa de muita honra. Trata os seus como os iguais que são, sem distinção... Posso não ter caído em suas graças e sei o quanto deseja arrancar minha cabeça, mesmo assim, anseio pelo dia em que terei a honra de um desafio com a grande senhora do Povo do Norte.
E bem lá no fundo, vi uma linha de admiração surgir nos olhos de minha tia, para com o rei.
**********
Vamos em um silêncio confortável. Os dias realmente foram maravilhosos.
Vez ou outra eu pegava Oliver nos encarando, já que eu estava no meio e o rei a minha direita.
Alguns homens iam a nossa frente, Samira atrás na carruagem e outros soldados atrás dela.
E o general novamente nos encara, agora com um leve esboço de sorriso, até pensei em perguntar, mas optei por não, e após um momento, o mesmo quebrou o silêncio.
-minha rainha, se me permite perguntar, onde foi que aprendeu a lutar tão bem? — diz e sorrio com a forma que ele fala, é um cavalheiro — tive alguns momentos com sua tia, muito agradáveis por sinal, e ela não disfarçou o orgulho por sua sobrinha ser exímia com a espada.
-sim, percebi os momentos de vocês. Todos os dias, que estivemos lá — falo e vejo ele sorrir concordando antes de começar meu relato — meu pai realmente queria que eu fosse como vocês, então me proibiu de treinar, ele queria de fato, uma rainha, mas minha tia não se conformou com isso. Seu marido era um homem que conhecia seus costumes e tradições e como se portar perante a sociedade, ele a ensinou quando se casaram e ela fez questão de me ensinar, quando podia ter sido seu marido, meu pai estranhou, ele sabia a irmã que tinha, mas confiou e sim, por um bom tempo ela me ensinou tudo. Comecei aos sete... — parei lembrando e sorrindo de tudo que vivi — com oito, ela me fez jurar lealdade a ela e eu não entendi. Isso é algo sério no meu povo, mas eu amava minha tia acima de tudo e fiz sem pensar, não tinha motivos para não confiar, então ela começou a me treinar escondido e eu gostei. Durante o dia, talheres e quais usar, postura, sorrir com graça, como andar e tudo mais que uma rainha deve saber, e durante a noite, ela me treinava e até os dez foi assim, e quando ela viu que eu estava boa o suficiente começou a me treinar de outra forma.
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Rainha - Minha Doce Selvagem
FantasíaCansados de uma luta que acabava com muitos mortos e nenhuma vitória, dois reis: um das Grandes Terras, nobre, com suas regras e povo próspero e outro, líder do Povo do Norte, um povo conhecido por serem selvagens, que criaram suas próprias leis...