Capítulo 57

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ALEERA

Após me desvencilhar de Noah, me joguei nos braços de Oliver, um abraço cheio de cumplicidade, saudades e amor, que eu não havia percebido enquanto estive lá, mas que mais se parece com o de pai para uma filha.

Ele me lembra meu pai, porém bem mais elegante.

Eu estava tão feliz de o ver, nem percebi o quanto a saudades dele me sufocava, até estar em seus braços.

Ele foi o único que nunca me julgou, apenas me aceitou de braços abertos.

Conversamos bastante, e apesar de ignorar a presença do rei, sentia seu olhar sob mim.

Estava feliz por ele estar ali, mas o sentimento de medo se apossou de mim. Eu sabia que aquilo significava algo, mas não queria acreditar.

Medo.

Um sentimento bom e ruim que passei a sentir depois que me apaixonei pelo homem que veio atrás de mim.

Primeiro eu senti, com a possibilidade de o perder naquele ataque, e agora aqui.

O amor é realmente algo extraordinariamente difícil.

Agora estamos todos aqui, sentados numa grande mesa, compartilhando da comida e desse momento sagrado.

Meu povo preza por isso e eu adoro. É um momento de conversas, histórias, interação e união.

O rei sentou ao meu lado, obviamente. E céus! Como isso me deixou nervosa!

Tento me concentrar em meu prato, que admito ter dobrado de tamanho, assim como eu, mas não ligo, sou feliz com a vida que carrego, da minha pequena Valquíria.

É.

Eu tenho certeza que é uma menina.

-ja pensa no que vai ser?

Ele sussurra apenas para nós dois.

A conversa está alta, ninguém está prestando atenção. Ou talvez estejam, e apenas disfarçaram, assim como eu, pois estou ouvindo Isolda contar a Eleonor e Samira, em meio as gargalhadas, meu vexame com o rei.

-tenho certeza que vai ser menina. - afirmo com um sorriso bobo.

-por incrível que pareça, eu também!

Ele diz e o fito incrédula, seu sorriso está radiante.

-e por que está feliz assim? O ideal seria um herdeiro homem, não uma mulher.

-para ser honesto, nunca me importei - ele toma um gole de vinho - além do mais, acho que também não se importaram, ainda mais sendo sua filha.

Arqueio uma sobrancelha de forma vitoriosa, sei que ainda ouvirão falar muito de mim.

-meus feitos ainda assustam seu povo?

-nosso povo. E sim, você ainda os assusta e a qualquer um que tenha a honra de ouvir falar de você, mas as coisas mudaram...

-nunca fui aceita lá, e não vai ser agora, depois de tudo, que isso vai acontecer!

-penso diferente. Alguns até deixaram claro a falta que sentia da rainha deles, até mesmo os que iam contra você. Mas para aqueles que se incomodarem com sua volta, lhes dou o direito de se retirar de minhas terras.

-ficará sem súditos, meu rei!

Brinco, mas parece que o chamar dessa forma, mexeu com algo mais profundo.

-entao talvez eu finalmente consiga me livrar da coroa e ter a vida simples que sonho, e principalmente ao seu lado - pega minha mão e aperta de forma reconfortante - e apenas isso me importa e no final das contas, nem tão bom eu fui, já que quase destruí meu reino.

Rainha - Minha Doce SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora