Capítulo 37

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ALEERA

O resto do dia passou tranquilo e assim que as crianças foram embora, pois as trouxe para passar o fim de tarde nos jardins, fui para meu quarto tomar meu banho.

Estava exausta.

A escola tem ido tão bem. A professora, uma senhora de grande classe, assim como seu coração, está sendo excelente para eles.

Ela ansiava por ensinar, mas não tinha coragem e nem apoio.

Fiz ela ter os dois.

Coloquei guardas na sala, para que nenhum homem a falte com respeito e sempre que posso, vou lá para ver como as coisas estão indo.

E ela, assim como muitas mulheres daqui, não alimentam mais o medo que sentiam de mim.

Vejo receio, mas não medo.

O respeito também está vindo, e por incrível que pareça, até dos homens.

Alguns se desenvolveram mais rápidos que outros e já conseguem até ver vantagens para conduzir seus negócios.

Fico feliz em saber que sairei daqui, mas deixarei um bom legado.

Saio dos meus pensamentos quando percebo a água de minha grande piscina que há em meus aposentos ondular, olho para trás e vejo Noah.

Meu coração dispara.

-rei, o que está fazendo aqui?

Tento não mostrar o quão envergonhada estou. Ele apenas se aproxima, seus olhos vidrados em mim e brilhando em luxúria.

Eu poderia me afastar, mas além de estar nua, não queria demonstrar o quanto ele me afetava e admito que queria saber até onde ele iria.

Por um momento me repreendo, afinal, será mais uma vergonha que levarei quando me for...

Era tão mais fácil quando ele apenas me odiava.

-seu cheiro me deixa louco! — diz quando está perto de mim. Sua mão direita se apossa de minha cintura e a esquerda está em meu pescoço — É tão linda, Aleera.

-nao faz isso.

Tento sair dele, em vão.

-por que não?

-eu te amo Noah! — o pego tão de surpresa, que ele se afasta. Surpreendeu até a mim, tamanha ousadia, mas eu apenas não aguento mais e as palavras simplesmente saíram e eu não vou voltar atrás — te amo e já nem lembro desde quando.

-Aleera, eu... Não esperava... Nunca imaginei!

-só me deixa continuar, antes que eu perca a coragem.

-sim!

-foi por te amar que não falei nada com minha tia. Te odeio por tudo que me fez, mas jamais deixaria ela tirar sua vida. Eu não suportaria.

-no fundo eu sabia. Sempre soube. — diz e abre aquele sorriso que acaba comigo.

-quando mais nova, só de ouvir suas histórias, sobre o rei bom e justo que era, eu sinto que já me apaixonei ali. Imaturo de minha parte, mas não evitei e nem quis. Quando cheguei aqui e te vi, o que eu sinto, só redobrou. E como uma menina boba te desejei como rei, para governarmos juntos e fazer o melhor pelo povo e como marido, para fazer um ao outro feliz. Mas a realidade logo veio e eu tive que sufocar todo esse sentimento para lidar com o seu desprezo e ódio.

-eu, nunca pensei...

-sinal que fiz um bom trabalho, não é? E como se não bastasse seu claro ódio, ainda tinha Genevieve — percebo seu desconforto, mas ignoro — Me senti uma intrusa, atrapalhando a vida de vocês e eu ia me recolher e carregar apenas a coroa, se não fosse toda afronta dela. Apenas por isso tivemos esses embates, nunca foi sobre você, entendeu bem?

-claro, mesmo se declarando, ainda tem que deixar explícito seu orgulho. — ele sorri.

-nao é orgulho, é a verdade. Nossos embates nunca foram por sua causa, pelo menos não de minha parte — suspiro exausta — dia após dia eu lutei para te esquecer, ainda mais diante de tantos problemas, e foi uma luta perdida, que só piora a cada dia, desde que supostamente mudou comigo.

-nao é supostamente. É a verdade. Você ganhou um espaço no meu coração. — o olho com receio — Que você não acredite em mim, mas eu sinto e quero te provar e eu faço questão de lutar por você, agora mais do que nunca. Eu não quero que vá embora.

-e quando ela voltar?

-nao vai, eu não vou deixar.

-eu a vi hoje — ele mostra confusão — quando Maya chegou.

-pensei que ela não estava em condições de sair na rua ainda.

-e quando ela estiver?

-darei um fim nisso! Eu não quero Genevieve. Eu achei que o que eu sentia por ela era amor.

-e pode estar confuso comigo agora, também.

-não tem nem comparação, minha senhora. E até agradeço a ela por me fazer achar que eu sabia o que era amor, pois agora com você, eu tenho certeza. — ele me puxa para si — eu não quero que vá embora quando o acordo acabar. Eu quero que fique aqui comigo, reinando absoluto no meu reino e em meu coração.

Ele me beija lento, como se quisesse me passar confiança e me permito sentir isso.

Sua língua pede passagem e eu deixo.

É sempre muito novo, quando temos esse tipo de contato, nunca pensei que pudesse existir tamanhas sensações.

Eu sempre estudei sobre tudo, mas essa parte, minha tia sempre foi extremamente evasiva e agora entendo o motivo.

Como explicar um toque de um homem, que consegue mexer no seu íntimo dessa forma?

Noah consegue despertar algo bem no fundo de mim, no meu ventre e entre minhas pernas, apenas com um beijo e suas carícias, que vão descobrindo o meu corpo.

Ele aperta minha cintura de forma mais possessiva e cola seu corpo no meu.

Eu quero muito que possamos ir além.

-obrigada por ir contra um regra do seu povo, para me proteger.

Diz me olhando intensamente, e eu retribuo o beijo de agora a pouco, que pela primeira vez, é iniciado por mim.

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Rainha - Minha Doce SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora