FIXAÇÃO - Mclennon

Remate - Parte 1

Olá, galera! Passando pra avisar que a segunda parte deste capítulo só sairá quando as coisas ficarem estáveis por aqui, talvez lá pra maio. Desde já saibam que já escolhi o final e ele já foi parcialmente adiantado nessa segunda e última parte.
ps: talvez eu mude o título, então esse é um parcial.

Boa leitura! <3

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Nos primeiros dias do segundo treinamento do aprendiz, cada movimento era um novo registro do que seus músculos haviam esquecido com a recente degradação. Seu cérebro detinha a teoria de outrora, mas sua carne sofria para colocar novamente em prática o que os nanochips lhe haviam entregue de bandeja. Os movimentos rápidos que executava nos tempos que sucederam o LarNova agora mais pareciam ser de uma criança aprendendo a caminhar. -E de certa forma estava.

Seus socos eram desviados com simples movimentos, seus chutes eram esquivados com um girar de calcanhares. Relativamente lento, apesar de nada fraco. Tinha força, mas para o futuro intento, aquilo não era o bastante. Seria um alvo fácil e de morte rápida.

Durante semanas Lennon deixou que seu aprendiz praticasse sem ele antes de fazerem as adequadas preparações, assim poderia pôr em ação as repetições por mais tempo. Nos respectivos dias eles se reuniriam na mesma sala no mesmo horário. Em um destes encontros uma conversa diferente se sucedeu.

-Praticou nos últimos dois dias, Paul? -Adentrando na sala, o mestre enrolava uma faixa na mão direita. Aproximou-se do aprendiz que já estava por ali havia uns instantes.

-Muito mais do que pensei. Bianca anda me auxiliando nos dias que não treinamos.

-Ótimo, mas cuidado, não se esgote. Precisa manter o controle para comer, beber, respirar-

-Aquecer, dormir, blá blá blá... -Respirou fundo. -Já sei.

-Não o alerto para o mal, espero que compreenda.

-Eu sei disso, apenas estou impaciente.

-Você sabe da própria condição. Não pode exigir demais...

-Sim, John, estou completamente ciente da condição de merda na qual eu me encontro, não precisa me relembrar, está bem? Esses exercícios não andam servindo pra nada! Faz três semanas que tento ser rápido o suficiente para te manter ocupado em uma simples luta e praticamente não consigo. Eu estou muito ciente da minha condição.

Lennon o encarou com sutil desapontamento.

-Ok... Tudo bem... -Balançou a cabeça enquanto observava o aprendiz. -Se você estiver pronto para o treinamento de hoje, podemos começar.

McCartney havia compreendido o peso das próprias palavras, a rispidez não tinha lógica, e ao invés de ter se desculpado pelo que havia dito, ficou em silêncio. Revolto, ele suspirou e tratou de entrar em posição para cumprir o treinamento do dia.

-Hoje repetiremos os golpes dos três pontos, você bem deve lembrar. Na ordem e com uma só mão por divisão de golpes: soco direita, soco esquerda e soco no centro. O punho tem que atingir o peito. Pronto?

-Sim.

-Começar!

O exercício procurava treinar a velocidade dos golpes, tinha o objetivo de acertar o peito de seu mestre com um soco sem ser esquivado, sempre em marcha rápida de um, dois, três.

A primeira rodada consistiu em oitenta repetições. Os primeiros quarenta golpes com a mão esquerda e os outros quarenta com a mão direita. Fora sem sucesso; a segunda rodada compreendeu cento e vinte golpes igualmente divididos. McCartney já ofegava, e desde o primeiro soco da primeira rodada Lennon não havia esboçado mais do que uma seriedade inquietante enquanto contava monotonamente. A aflição silenciosa do aprendiz frente aquilo refletiu positivamente em sua preparação: seu cansaço havia minguado e seus golpes deslizavam entre uma sequência e outra.