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Soldado...

Assisto a advogada sumir no carro dela, o que me chama atenção nessa mulher é que ela não é do tipo que abaixa a cabeça pra homem, ela é marrenta e eu tô começando a achar isso fudidamente sexy nela.

Passo a mão na cabeça soltando um xingamento baixo por está pensando na advogada, pow nem os cara da cadeia consegui colocar medo nela, me pergunto se essa maluca tem medo de alguma coisa.

Ela falou que o gambiarra disse algo sobre a filha dela, não entendi porque ele meteu a cria dela no meio, mas como eu desconfiava, gambiarra só fez merda, porque nem soube meter um medinho na doutora, antes eu tivesse feito essa parada sozinho.

Escuto uma buzina alta, aperto os olhos na direção da BMW branca vindo em alta velocidade, só por isso eu reconheço meu irmão.

Ele para o carro perto de mim, e sai na mesma hora, sorrindo como se o mundo tivesse amanhecido lindo pra caralho, mas na verdade eu só vejo a mesma merda de sempre, nada de especial ou nada importante, só um bando de gente ocupados demais com suas próprias vida, na moral eu tô morrendo de saudades do meu morro, não vejo a hora de chegar na minha casa.

Olho pro meu irmão, notado sua aparência mais madura, está mais alto do que a última vez, parece que ando fazendo academia porque o filho da puta mais forte que eu, ele sorri exibindo seus dentes brancos, a Jóia no nariz dele brilha e eu franzo a testa notando também um leão tatuado no pescoço dele, e outras tatuagens totalmente insignificante pelo resto do corpo.

Russo: fala maninho - ele me abraça e eu dou algumas batidinhas nas costas dele.

- fala cuzão - ele abre mais o sorriso.

Russo: pensou que eu não vinha né caralho - ele fala tomando uma postura seria.

- pensei porra nenhuma cuzão - falo a verdade, cruzo os braços e ele me olha de cima a baixo.

Russo: perdeu peso maninho - ele rir - agora sim eu te derrubo na primeira luta.

- só tenta a sorte otário - ele gargalha e eu abro um sorriso de lado.

Danilo é mais velho que eu dois anos, nunca se mexeu com tráfico mais faz umas parada ilegal por aí, não sei muito porque não sou de perguntar sobre os bagulho dele, do mesmo jeito que ele não pergunta dos meus.

- Cadê ele russo ? - a ansiedade na minha voz é quase gritante, russo me olha sorrindo e aponta para o carro, arqueio a sobrancelha desconfiado e ele sorri.

Russo: promessa é dívida irmão, eu falei que ia cuidar da tua cria como se fosse meu filho. - ele fala voltando a postura seria.

- E a Sueli ? - pergunto baixo caminhando até o carro.

Russo: aquela puta desgraça tá lá em casa, espero que a primeira coisa que tu faça seja mandar ela pra puta que pariu.

Apenas escuto o que ele disse, abro a porta e meus olhos bate no garotinho da minha cor, os olhos escuros que ele herdou da mãe e os cabelos cacheados igual o meu quando tá sem as trancinhas.

Ele me olha com um brilho no olhar, o brilho que toda criança tem.

A inocência.

Russo: Igor - o garoto olha pra ele e espera mais alguma coisa - não vai abraçar teu pai moleque.

Abro um sorriso quando ele desce do carro e sem exitar abraça minhas pernas desajeitado.

Russo: pega ele - meu irmão manda e eu faço.

Pego o moleque nos braços sentindo o cheiro de shampoo de criança entrar pelo meu nariz, ele levanta o olhar até mim e depois abraça meu pescoço deitando a cabeça no meu ombro.

soldado do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora