soldado do morro

31

Dra
💫

Abro os olhos, pisco algumas vezes e olho pra cama, tô coberta com um lençol e parece que eu levei uma pisa, tô toda dolorida.

Procuro minha bolsa no chão, abro o zíper e pego meu celular ligando a tela, pra quê? Tem mais de vinte ligações da minha mãe e do meu irmão.

Os dois estão preocupados porque eu não apareci mais em casa desde do dia que eu inventei de sair, e invés de ir pra casa eu vim direto pra cá, pro morro do soldado.

Respondo eles rapidinho pra não perder tempo, preciso conversar com o soldado ainda.

Coloco o celular na bolsa de volta, fecho o zíper e levanto da cama calçando minha sandália, me arrasto até o banheiro na força do ódio mesmo, quando digo me arrastando não é força de expressão não é ódio mesmo de está fazendo algo que eu não queria.

Nossa eu tô acabada, parece que a noite de ontem rendeu mais do que eu esperava, não que eu esteja reclamando, longe de mim, faria de novo se eu não tivesse uma vida, uma casa e uma filha pra tomar de conta.

Falar em filha, o que eu tô fazendo aqui ainda? Preciso urgentemente ver a minha bebê.

Escovo os dentes no banheiro, lavo o rosto e coloco a mesma roupa já que eu não trouxe uma reserva.

Penteio meus cabelos e faço um rabo de cavalo alto, eu estou com olheiras fundas, um dia descansando seria tudo.

Resolvo descer pra cozinha logo, quando tô descendo eu escuto várias vozes alteradas, do soldado principalmente, já fico escaldada né, vou descendo de vagar os degraus e vejo ele de braços abertos gritando, é até assustador ver ele assim, mais uma coisa eu digo, pra ele tá assim só pode ter sido alguma coisa muito grave mesmo.

Soldado: qual vai ser ? vai devolver o menino ou eu vou ter que te soltar a mão na lata, se for já faço agora vamo ver quem manda nessa porra.

Sueli: se toca Daniel. - ela cruza os braços rindo.

Tinha que ser a ex dele, o que essa mulher tá fazendo aqui?

- Soldado?- ele me olha.

Soldado: Laura fica aí é deixa que eu falo nessa porra.

Dou de ombros, não tô muito interessada mesmo de entrar em briga de ninguém, mas eu tô curiosa pra saber o que foi.

Soldado: se pegou o menino na mão do russo e vai devolver, ou vou descer lá na tua mãe e meter o pé naquela porra.

Ele fala apontando o dedo na cara dela que só dá risada.

Soldado: você já tá testando sua sorte, tô pedindo pra você devolver o menino você não quer, se você não entregar ele pro russo eu vou te pegar tu pode tá no inferno sua filha da puta.

Sueli: ele é meu filho também, eu tenho direito de ficar com ele.

Soldado: vai truta adianta, até daqui a pouco cê não tiver levado o menino lá, eu vou buscar ele e tu vai se fuder.

Sueli: se você encostar em mim, meu irmão te pega filhão.

Soldado da risada.

Soldado: tô avisando pela última vez, é a última vez que passo raiva com você Sueli, tu tá abusando já.

Sueli: que nada, o menino tá sendo muito bem tratado pra sua informação.

Soldado: ele mora comigo e com meu irmão não com você, pego na mão dele vai devolver na mão dele, sua puta do caralho, você vai me testando parceira, acha que não sei onde tu fica.