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Dra
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Tá insuportável ficar trancada aqui nessa salinha fedendo, pra piorar o meu irmão tá muito mal, acho que ele está sentindo dor. Isso é tudo culpa minha, meu Deus.

Nael: Não é culpa sua - a voz dele preenche a sala mas ele está tão fraco que sai parecendo mais como um sussurro do que com alguém querendo convencer outra pessoa de que não fez nada.

-além de super forte também ler mentes? - ele sorri negando com a cabeça.

Nael: Eu não tenho nenhum super poder maninha, só te conheço muito bem, talvez até mais que você mesma.

-me desculpa por isso - abaixo a cabeça tentando afastar todos os meus pensamentos pessimistas.

Nael: você não vai chorar depois desse anos todos né ? - levanto a cabeça e ele está com um sorriso no rosto, como se isso tudo não tivesse acontecendo.

-Eramos criança quando fizemos aquele acordo de nunca chorar por besteira, e isso aqui não é besteira Natanael.

Nael: vamos ver pelo lado bom, pelo menos não perdi um olho ou um braço.

-não tem lado bom nisso nael, que merda você tem na cabeça!? - falo e olho pra pequena brecha na janela pensando na minha filha, como ela deve está?

Nael: você não pode falar de mim. - o tom de voz dele muda, olho pra ele e vejo em seu rosto o que por muito tempo eu via mais tinha sumido depois que eu me formei. - como pode ter desistido de ser professora pra ser advogada criminalista?

-Meus sonhos, minha responsabilidade nael.

Nael: você não pensou nos riscos?

-Eu tinha que fazer isso, eu apenas segui meu sonho! Não pode me julgar por isso.- ele me olha com indiferença mais acaba concordando.

Nael: Você está certa, não é a única da família que toma decisões erradas.

-olha eu posso até ter tomado decisões erradas, mas tudo que eu fiz foi pensando na nossa FAMÍLIA.

Nael: acha que mesmo que você ganhe bem é o suficiente se você corre perigo?

-perigos existe em todos os lugares, não é uma profissão que torna tudo mais perigoso.

A porta da salinha abre e o alemão entra mais o rapaz, olho pro nael, é até bom essa conversa se encerrar aqui.

Alemão: trás ela. - aponta pra mim.

-o que? Não! Pra onde vão me levar?

Alemão: cala a boca.

O rapaz me arrasta pelo braço.

-se não soltar meu irmão também eu não vou fazer nada pra você.

Alemão me olha e começa a da risada como se eu tivesse dito alguma coisa muito divertida.

Alemão: tu acha que eu sou moleque doutora?-ele cruza os braços pra trás e me encara nos olhos.

soldado do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora