29. Feliz Natal, São Valentim

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Com a proximidade do Natal, a, atmosfera mudava com o passar dos dias

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Com a proximidade do Natal, a, atmosfera mudava com o passar dos dias. São Valentim começava a receber sua tradicional decoração de fim de ano, com suas praças e pontos turísticos enfeitados em vermelho e verde. As luzes dos pisca-piscas destacavam as noites da cidade, enrolados nos troncos das árvores da rua principal, no centro da cidade. Famílias começavam a procurar presentes e o humor das pessoas se tornava mais nostálgico e reflexivo. Aquele ano havia sido uma verdadeira montanha russa de emoções. Chegar ao seu fim era como vencer uma grande batalha para quase todos. Com Paula não era diferente.

No fim da tarde do dia vinte e quatro, ela havia decidido ficar um pouco a mais no escritório. Seria seu primeiro fim de ano longe de sua família, e por mais que ela não admitisse, era difícil. Adiantou o máximo de trabalho que pôde antes de se dar por vencida e tomar o rumo de casa. À medida em que percorria seu caminho para o apartamento, observava as ruas movimentadas da capital, repleta de gente que havia deixado para comprar presentes de última hora. Pais e filhos sorrindo, crianças fascinadas olhando vitrines, tudo exalava um sentimento puro e diferente das outras épocas do ano. Era como se tudo fosse mágico. E então, vinha a tristeza. Gostaria de estar em São Valentim, preparando a ceia com César e Felipe. Talvez Lívia pudesse fazer um esforço e tentar vir, pelo menos por poucos dias. Estariam todos reunidos na mesa, celebrando uma data especial cercados por aqueles que mais importam. O sentimento de solidão lhe atingia sem piedade, fazendo Paula repensar em tudo o que havia colocado a perder no dia em que deixou sua família para trás.

Chegou sem pressa, jogando a bolsa no sofá e gastando um tempo em um banho relaxante de banheira. Pensou diversas vezes em ligar para César ou até mesmo aparecer de surpresa em São Valentim. Mas desistia logo depois, sabendo da incerteza que lhe assolava. Estaria preparada para tentar? Queria, ao menos, tentar? Entre tantas dúvidas, uma coisa era certa: ela se sentia infeliz. Estava vivendo uma vida incompleta longe de seu filho e de seu marido. Pensava em arriscar uma visita surpresa na véspera de ano novo. Sim, pois Natal já estava muito em cima da hora. Planejaria tudo para a próxima semana e tentaria uma reaproximação, de guarda baixa, disposta a recomeçar. Seus pensamentos foram interrompidos com o barulho da campainha. Se questionou quem poderia ser, mas não teria sido a primeira visita surpresa — Eduardo havia sido imprevisível de uma boa maneira.

Abriu a porta e, por um segundo, pensou estar sendo vítima de sua própria mente. César, Lívia e Felipe estavam parados do lado de fora, cautelosos, mas cheios de esperança.

— É aqui que mora a mulher mais linda dessa cidade?

Paula sorriu com o galanteio do marido, sentindo os olhos marejados pelo reencontro.

— Que surpresa vocês aqui.

— A gente não podia deixar você passar essa noite sozinha. — Felipe respondeu, dando brecha para um abraço, que logo se transformou em abraço coletivo.

Os quatro dispensaram cerimônias e palavras ensaiadas; aquele gesto de carinho era tudo o que precisavam para curar algumas das feridas abertas daquela família. Sabiam que ainda teriam um longo caminho pela frente, mas o primeiro passo havia sido dado. E de alguma forma, isso era o mais importante.

O Garoto da Mesa NoveOnde histórias criam vida. Descubra agora