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》S/N on

Era Quarta-feira e eu já estava um caco de tão cansada. Andar toda a avenida debaixo do sol não é nada fácil para quem passa a manhã estudando em uma sala quente. Viver no Brasil não é para os fracos.

Passo a manteiga no pão de forma mais rápido que o flex e saiu correndo de casa, indo correndo para o ponto de ônibus. Acabo quase perdendo o ônibus. Tive que me jogar na porta e implorar para o motorista abrir para mim o prometendo balinha denovo.

Passo a catraca e tento me enfiar entre as pessoas, mas não consigo e fico presa na parte da frente. O cheiro forte de suor tão cedo me deixa tonta no meio de tanta gente, o empurrar de pessoas deixam meus dedinhos amassados pelos pisões. Pois é...a parte ruim é que você se acostuma com toda a situação precária.

Morar sozinha desde os 14 anos não é nada fácil, ainda mais quando você não tem absolutamente ninguém para lhe ajudar.

Eu:MOTORISTA, PARA O ÔNIBUS! -grito ao ver o maldito passando de onde paro todos os dias.

Acabo deixando algumas pessoas surdas, mas consigo sair com esforço. Corro em meio a calçada suando igual uma porca. Subindo a rua vejo Luiza no topo correndo toda torta com sua rasteirinha barulhenta. Me esforço para alcançá-la.

Eu:Bo-bom dia! -Desejo ofegante.

Ela olha pra mim falecendo e nada diz. Quando nossos olhos se deparam com o guardinha já fechando o portão, nossos pés se tornam carros velozes. Me debato com ela e com alguns alunos que também estavam chegando atrasados. Corremos para o bebedouro.

Ambas jogamos as mochilas no chão e enfiamos a boca nas torneiras. Talvez seja nojento, mas morrendo como estou nada importa mais. Terminei de beber dois litros de água e fui para a sala. Para a minha falta de surpresa o Prof não está, entao posso me jogar na cadeira e morrer lá mesmo.

Luiza se senta a minha frente morta. Seu asma sempre ataca nessas horas e ela tem que assoprar em uma sacola de supermercado. Ela já foi apelidada de "Sacoleira do Asmania". Não vô negar...
eu morria de rir quando ouvia isso.

Quando não estamos mais morrendo, ja podemos começar a fofocar como todos os dias.

Lu:Chegou tarde pq dessa vez?

Eu:Não escutei o despertador. -Retiro o caderno de dentro da mochila.

Lu:Logo a S/n que eu conheço? -Me olha de boca aberta.

Reviro os olhos achando exagero da sua parte, mas entendendo por um lado. Eu nunca perco o horário, as vezes acordo até antes do despertador.

Lu:Conversando com macho denovo? Que feio, mulher!

Eu:Credo, Lu! -Faço careta. - Fala como se eu vivesse de papinho com homens.

Ela dá uma risadinha maligna e depois enrola um dos seus cachos molhados.

Lu:Pois é...minha amiga é tão virgem quanto eu. O que esperar, né? -Fala tristemente com o queixo sobre a parte das costas de sua cadeira. - Virjolas com V maiusculo.

Como ela não fica com dor nas costas com essa posição?! Será que é eu a velha jovem aqui?

Eu:Pare de ser exagerada e de falar coisas pervertidas! -Jogo a casca do meu lápis em seu rosto.

Lu:Ai, aí, aí! -Exclama indignada. - Se paga de santa, mas é louca pra dar a buceta.

Pulo em cima dela tampando sua boca com tudo. Seu tom foi como uma caixa de som. Todos da sala OUVIRAM!

Eu:Você é maluca, bruaca?!

Sinto algo molhado se arrastar em minha palma, então a retiro rápido com cara de nojo. Limpo rápido em minha calça jeans.

MY MYSTERIOUS DADDY/ Nova versão ▪︎+18Onde histórias criam vida. Descubra agora