Meu Garoto Jordan

75- Ártemis.

AYANNA

A multidão parece não ter mais fim. Todos estão cercando o cara em chamas jogado no chão e a única coisa que eu me concentro é; onde Jordan está indo? Por que ele simplesmente não parou? O que deu na cabeça dele?
As pessoas parecem assustadas e o fogo finalmente acaba. Ninguém parece ousar tocar nele a não ser os amigos do mesmo.
Não faço ideia de quem ele é mas fico parada observando. Alguém toca levemente minha mão e fico completamente gelada.

— Calma, sou eu. — Diz Dylan. — Vem comigo, vamos sair dessa multidão do caralho.

— Não! Dylan cadê o Jordan?!

— Relaxa, ele vai voltar. Vem logo!

Sigo ele para fora da multidão e acabo atraindo a atenção indesejada das mulheres do lugar. O grupinho delas que mais parece "grupinho das piranhas" me encaram de cima a baixo com olhar de julgamento.

— Como que ele pode querer isso?

Encaro elas também.

"Como ele comia isso?"

O pensamento me faz sorrir e automaticamente elas se irritam com meu deboche.
Eu tenho que sair da merda desse lugar e achar o Jordan seja lá onde ele esteja agora. Ninguém consegue ouvir sua moto e ele simplesmente não responde no radio. Minha preocupação só aumenta cada vez mais.

Quanto tempo ele ainda vai demorar?

Domingo 7:36 A.M

— As vezes eu queria sentir a sensação de receber afeto mesmo que fosse por alguns segundos. Eu tinha um pouco de raiva da minha mãe mas eu não podia culpa-lá disso tudo; afinal, quem não iria fugir de um homem cujo você era casada e te espancava todos os dias? Eu teria feito o mesmo.
Mas a mente de uma criança jamais entenderia o porquê sua mamãe tão amada tinha lhe abandonado com o homem mais cruel do mundo. Te submeteu aos piores pesadelos de todos. Dean enlouquecendo e se matando com tanta droga e álcool, eu o via dominado completamente a isso. A forma como não me recordo vê-lo sóbrio algum dia, me assusta.

Meus dedos param em seus cabelos macios por um tempo.

— Os Lowes eram conhecidos antes por..

— Serem todos soldados do exercito desde 1956. A tradição da família sempre foi ter um menino. E quem não tinha precisava tentar até que finalmente um homem nascesse.

— Você foi?

— Infelizmente somos obrigados. Mas eu fiquei gostoso de cabelo raspado. — Ele me encara rindo. — Mas ai aonde você iria se segurar se eu raspasse.

Dou um tapa em sua cabeça e ele ri mais ainda.

— É a semana do baile. — Falo ao ouvir o toques de mensagem do meu celular.

— Que fofo eles tentando te convidar para o baile.

Franzo o cenho.

— Eu quero ir.

— Eu não vou.

Suspiro.