🍀
Eu sempre faço questão de me lembrar do quanto minha família é incrível. Eu sei que muitos não tem a mesma sorte, mas eu amo estar cercado dessas pessoas. Minha mãe sempre muito acolhedora é a peça que mantém todos unidos através dos anos. Não importa quanto tempo passamos sem nos encontrarmos, quando nos juntamos é como se sempre tivéssemos estado perto.
Dois dias depois que chegamos em Holmes, o noivo de Gemma chegou. Não nego que uma pontinha de ciúmes me atingiu pelo tanto que o paparicaram. Isso até minha avó me cercar em um canto e me envolver em um abraço esmagador, reafirmando que eu sou o neto preferido. Ela sempre falou isso. Mas eu sei que ela também sempre disse a mesma coisa para Gemma. O que significa que ela também fala para todos os meus primos. O que me faz concluir que existe amor suficiente para todos nós.
É o último dia do ano, o sol resolveu fazer uma leve aparição no céu, ainda não sendo o suficiente para aquecer meu corpo. Por isso passo toda a manhã enrolado no cobertor sobre o sofá enquanto a vovó Mary insiste que Gemma precisa aprender crochê. Eu me divirto com a cena e ela me lança olhares nada amigáveis enrolando a lã nas agulhas.
Meu celular vibra em meu bolso e desencosto do corpo de minha mãe apenas o suficiente para alcançá-lo. Desbloqueio a tela é lá está: (Deus como pode esse homem ser tão bonito?) Louis e Isabella segurando um filhote peludo. A foto capturou o momento exato em que o cachorro da uma lambida no rosto de Louis, resultando em uma careta do mesmo e um sorriso espontâneo de Bella. A mensagem logo abaixo dizendo: “Bella me pediu para adotar um irmãozinho para ela. Eu trouxe o Clifford”
Ajeitei meu corpo no sofá, ainda sem sair dos braços de Anne e com um sorriso escapando por meus lábios digito a resposta.
“Que porra de nome é esse Tomlinson?”
“A não enche. Você colocaria o que? Scoob?”
“Leonard”
A demora pela resposta me faz levantar e seguir até a cozinha em busca de um copo de água. É no último gole que o toque do aparelho me faz olhar instantaneamente para tela.
“Desculpa a demora. Eu estava tentando parar de rir, é claro que você colocaria um nome idiota desses”
- Você quer me contar sobre isso?
Me assusto com a voz de minha mãe, rapidamente bloqueado o aparelho e deixando sobre o balcão da cozinha. A olho sem entender a pergunta e ela aponta para o celular dizendo que viu a foto sem querer quando abri o aplicativo de mensagem ao lado dela.
- A isso... – Sigo um pouco constrangido. – Eu não sei.
- Tudo bem amor. Você não precisa falar se não quiser. – Anne se aproxima com seu calor maternal parando ao meu lado. – Como sua mãe, eu só quero que você seja feliz Harry.
- O que?
- Gemma me contou. – É claro que contou, penso e reviro os olhos, o gesto não passando despercebido por minha mãe que logo a defende. – Ela se preocupa com você querido. E eu também. Nós só queremos que fique bem.
- Eu estou bem. – Afirmo mais ríspido do que eu gostaria.
Apenas me irrita um pouco que elas continuem me tratando como se eu fosse uma criança indefesa. Mas no fundo eu as entendo.
- Você sempre amou esse rapaz né? Eu gostava um poço do Zayn, mas em anos com ele, seus olhos nunca brilharam como brilhavam quando vo6e falava do Louis quando vocês se conheceram. E você nunca sorriu como sorriu ali na sala por conta de uma única foto. – Anne respira fundo e acaricia minha mão. – Eu nunca vou te julgar meu bem. Eu sei o quanto você sofreu mas se você acredita que está pronto para retomar essa história, eu confio completamente em você.
- Obrigado mãe. – É tudo que digo. Estou pronto para envolve-la em um abraço quando ela enfia uma faca em meu peito.
- A garotinha ficou muito bonita. Eu sempre achei Louis muito corajoso pelo que fez. – Anne diz distraída. – Quero dizer, um adolescente tomar a atitude que ele tomou? Criar uma criança sozinho? Ele foi corajoso.
Perco o ar. Minha mãe sabia?
- Você sabia?
- Oh Harry. Nós morávamos todos no mesmo bairro em Doncaster, os avós do Louis ainda moram lá, mas os pais de Eleanor se mudaram da cidade depois do escândalo. Eles ameaçaram colocar ela pra fora de casa quando souberam da gravidez, foi uma confusão. Parece que ela só teve o bebê porque a família do Louis prometeu cuidar. Ele prometeu.
Minha mãe conta de forma espontânea aparentemente não notando que eu estou quase colapsando bem ao lado dela. Minha cabeça gira e preciso puxar uma cadeira para me sentar. E ela continua alheia ao meu estado.
- Você... você sabia esse tempo todo? Você continuou tendo contato com os Tomlinson?
- Eles são boas pessoas Harry. Mas eu perdi o contato quando eles se mudaram para Londres. Mas, antes até de Eleanor descobrir a gravidez, Jay me procurou para saber o que tinha acontecido entre você e o Louis. Ela disse que estava preocupada com ele porque ele não queria mais fazer nada e não falava com ela e nem com ninguém. Mas aí depois tudo virou uma imensa bagunça para eles. Até que a menina nasceu e os Calders sumiram.
Tonto. Tonto. Tonto. É tudo que sinto. Tontura.
- Você nunca pensou em me contar? – Elevo o tom de voz sem querer. Apenas não penso direito.
- Você tinha feito sua escolha Harry. Eu te perguntei se você tinha certeza do que queria e você disse que queria ficar longe de tudo aquilo. Você escolheu vir embora morar com sua avó. Você escolheu se afastar. Eu não tinha o direito de te puxar de volta.
- Mas...
- Você estava sofrendo meu amor. E o Louis também estava. O pior foi que ele nem teve tempo para se curar da separação de vocês porque a menina Eleanor fazia um caos na vida dele. Eu lembro que a Johannah não via a hora dela sumir da vida deles. Agora o Adam... Meu Deus, todo mundo sabia que ele beijava o chão que o Louis pisava, mas eu não podia imaginar... Eu achei que o Louis tinha ficado bem com ele. E aí você conheceu o Zayn na faculdade e vocês também estavam bem.
- Por que você nunca me contou? – Aumento a voz propositadamente dessa vez.
- Você fez sua escolha Harry. – Anne diz e sinto suas mãos em meu ombros. Ainda não consigo olhá-la, incrédulo de que eu fui o único deixado de fora todos esses anos.
- Eu achei que – Suspiro com a dor das palavras – só eu tivesse sofrido. E ninguém se importava.
- Ele te procurou. – Ergo a cabeça para dona da voz que entra na cozinha. Gemma me olha com empatia enquanto abraça minha mãe em apoio. – Depois que você foi embora, Louis apareceu lá em casa. Eu disse para ele nunca mais te procurar.
- Vocês não tinham o direito. – Sussurro.
- Era o que você queria na época. Você fugiu Harry. Nós não tínhamos o direito de intervir. – Gemma diz. O silêncio que se instala entre nós três é suficiente para me acalmar.
Elas estão certas. Eu fugi. Eu escolhi. Elas permaneceram lá. Todos morando próximos. É claro que eles saberiam das vidas uns dos outros.
- Louis sabia que eu tinha ido para Londres?
- Acho que não. – É Anne quem responde. – Ele estava passando por coisas demais. Jay havia pedido para não falarmos sobre o assunto de vocês dois.
![](https://img.wattpad.com/cover/352399057-288-k205221.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Confiar de novo
FanficDepois de anos, Harry reencontra sua maior decepção adolescente. Como advogado, ele terá que assumir o caso de um antigo amor. Lidar com os sentimentos que há muito jurava não existir mais e separar passado e presente pode ser mais difícil do que pa...