Pão - VegasPete

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Boa leitura🖤💜💙

PETE

Acordei sentindo um enjoo horrível, mas nada que eu já não tenha me acostumado desde que descobri a gravidez.
Mas hoje parece que o enjoo não vai ser a única coisa a me incomodar, pois além de tudo sinto meu corpo inteiro cansado, e se não tivesse que trabalhar eu sem dúvidas não sairia da cama. O lado bom é que hoje só vou precisar ir na parte da tarde, então ter dormido muito não vai me atrapalhar em nada.

Me levanto a contra gosto, e quando menos espero um refluxo me atinge, me obrigando a correr para o banheiro onde me debruço sobre o vaso e vomito.

Depois de finalmente parar de vomitar, me sento no chão frio do banheiro e apoio minhas costas na cerâmica da parede, sentindo minha cabeça dar voltas e mais voltas.

- Como um serzinho tão pequeno pode conseguir me derrubar desse jeito? - questiono a mim mesmo, tocando minha barriga de dois meses, quase imperceptível.

Depois de conseguir me recompor, escovo meus dentes, na esperança frustrada de que o gosto ruim em minha boca suma. Tomo um banho demorado, aproveitando para lavar meu cabelo e usar um esfoliante de morango em meu corpo. Espero não enjoar do cheiro dele, como vem acontecendo com quase tudo nos últimos dias.

Depois de sair do banho desço as escadas em direção a cozinha. Minha barriga ronca e olho no relógio que já são 10 e 30 da manhã, o que explica a fome desse jeito.

Abro a geladeira, pego um suco de maracujá e continuo buscando algo para realmente comer junto com o suco. Então avisto uma geleia apimentada de morango.

- ISSO! - pego a geleia, já sentindo minha boca começar a salivar - vai ficar perfeito com um pão quentinho - sorrio, mas me lembro que talvez não tenha mais pão quentinho essa hora na padaria. - filho, espero que você se contente com uma torrada ou um pãozinho de ontem mesmo.

Abro o armário de cima mas franzo o cenho ao não encontrar nenhum pão....nenhum...

-Não..não...não...não....- sigo a abrir os outros armários, um a um, mas sem resultados.

Minha barriga ronca novamente. Minha boca salivar mais, e Juro que eu quase posso sentir o gosto e o cheirinho de pão assado na hora.

- Só pode ser brincadeira. - sento no chão da cozinha, desolado e abaixo a cabeça entre as pernas, mas tomo coragem e determinação ao olhar para minha barriga com pouca forma. Levanto a cabeça decidido - filho, não se preocupe, seu pai vai conseguir seu pão nem que eu tenha que fabricá-lo eu mesmo...- mudo de expressão - talvez não eu mesmo, pois não sei fazer pão, mas eu vou conseguir!

Me levanto, coloco um moletom e saio andando mesmo, já que a padaria não é longe e talvez uma caminhada melhore meu mal estar.

Depois de alguns minutos, começou a me arrepender amargamente de ter decidido vir andando, mas persisto até que chego na padaria.

Sorrio de orelha a orelha enquanto entro no estabelecimento. Meu sorriso aumenta quando vejo o mais novo atendente do lugar.

- Bom dia, chay. - ele me vê e sorri para mim. - fico feliz que tenha conseguido o emprego.

-Bom dia Pete, sim, também estou feliz. E como está se sentindo? Os enjoos?

-Acordei meio mal...- faço careta lembrando de quando vomitei mais cedo, mas logo minha barriga ronca e novamente reforça o motivo pelo qual sai de casa- mas não é isso que importa agora, e sim, conseguir meu pão. Eu necessito dele hoje.

- O quão urgente é você comer pão? - vejo seu sorriso vacilar.

- É questão indiscutível, eu estou com desejo. Tem duas pessoas querendo comer aqui, e uma delas não parece que vai me deixa em paz enquanto eu não comer esse pão logo.