Capítulo XI

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A expressão de Ash naquele momento estava repleta de susto, isso se explica pelo fato de eu ter acabado de esbofeteá-lo em sua bochecha. De repente o medo se instalou em minha mente, medo de ter o machucado.

— Ai meu Deus, Ashton, você está bem? — Perguntei colocando a minha mão sobre o seu rosto que estampava a palma da minha mão bem desenhada — Desculpa, você me assustou, e-eu nem sei o que dizer. —

— Me diga se você gostou. —

— Está tudo bem? —

— Claro que está, não foi nada demais. Pode ficar calmo. — Não tive outra reação senão o abraçar, ignorando o que tinha acabado de acontecer, ignorando o fato de sua ereção estar mais do que evidente. Eu me sentia extremamente culpado pelo que tinha feito.

— Acho que eu que tenho que te pedir desculpas, mais uma vez. —

— Tudo bem, não precisa, você apenas me pegou um pouco de surpresa, é que eu nunca fui beijado. — Falei um pouco envergonhado e desviando o olhar.

— Bom eu fui invasivo, mas posso te fazer uma pergunta? —

— Claro que pode. — Falei ainda abraçado a ele.

— Posso te beijar de novo? — Ele tocou o meu cabelo o arrumando de lado, seu toque era tão suave, como as almofadinhas da patinha de um gato. Seus lindos olhos âmbar reluziam como uma joia preciosa, sua boca vermelha tão próxima e tão perfeita. Ashton era ainda mais lindo àquela distância, ele tinha uma beleza bem diferente de Luke, mais pura, mas suave, mais doce, mas ainda assim insanamente bonito.

— Pode. — Falei com minhas bochechas queimando de tanta vergonha. Cerrei as minhas pálpebras, tornando cega a minha visão, me deixei levar por onde ele queria, e por onde eu também queria.

Senti seus lábios tocando os meus bem devagar, meu corpo estremeceu, senti todos os pouco pelos do eu corpo se eriçando como se houvesse sido atingido por uma descarga elétrica. Senti nossas testas coladas, ouvi a sua respiração e a senti sendo expelida por suas narinas após o ar quente tocar minha pele. Seus lábios começaram a massagear os meus, a sensação era incrível eu me sentia vivo, sentia o meu corpo queimando e isso era maravilhoso.

Ousei massagear os seus doces lábios também e foi ainda mais maravilhoso, coloquei meus dois braços ao redor de seu pescoço, enquanto ele envolveu minha cintura. Não sei quanto tempo nosso beijo durou, apenas sei me deu um beijo no pescoço que me fez soltar um gemido quase inaudível e depois ficamos apenas parados e abraçados. Eu repousava a minha cabeça em seu peito, sorri, aquilo era tão bom.

Como um ato de loucura totalmente repentino, eu selei mais uma vez nossos lábios, dessa vez um pouco mais intenso. Teria sido maravilhoso se seu celular não tivesse interrompido no meio de nosso beijo.

— Oi nonnai, já estou indo. — Ele guardou o celular no bolso de seu moletom verde que combinava tão bem com sua pele, pele essa que a pouco tempo eu tinha golpeado e agora ainda possuía pequenos vestígios da palma da minha mão, ele sorria.

— Eu tenho que ir, infelizmente. Até amanhã. — Ele me roubou um beijo rápido, aquilo era golpe baixo, eu queria mais e o que recebi foi tão pouco. Ele acenou enquanto caminhava de costas com seu lindo sorriso. Ele era mesmo perfeito como todo mundo falava.

Depois de ser tirado daquele estado de transe, percebo que estou com um pequeno probleminha, digamos que o Ash não era o único que estava excitado, e o pior de tudo era que eu estava de saia, o que não ajudava muito a esconder.

— Droga. — Falei e toquei o meu lábio inferior, ele ainda sentir o do Ash.

Depois de uns dois minutinhos, saí caminhando normalmente em direção ao meu banco onde normalmente eu esperava o meu irmão, por azar ele já estava lá, quando me viu saindo da lateral da escola, sua expressão mudou de impaciente para incrédula.

— Eu não acredito no que estou vendo. —

— O que você está vendo, seu tapado? —

— Nada além de você e o Ashton Blake saindo da lateral da escola, e pela felicidade no rosto dele acho que aconteceu algumas coisinhas. — Falou com um sorriso no rosto.

— Troy, não me enche a paciência. —

— Relaxa maninho, não vou contar para ninguém, mas quero que saiba que tem meu total apoio, diferente do Griffin, o Blake é muito gente boa e um cara do bem. Não imagino ninguém melhor para meu irmãozinho caçula. —

— Toma. — Lhe entreguei a minha mochila e ele segurou não entendendo.

— O que é isso? —

— Uma mochila, fala com ela talvez ele preste atenção. — Ele apenas sorriu, e nossa viagem para casa foi inteira com ele cantando Bad Romance, não sei o que fiz para mercer aquilo, apenas ignorei e lembrei do nosso beijo, no conjunto quase infinito de detalhes que tornaram aquele ato algo quase divino, apoteótico.

Na hora do almoço, eu estava em silencio, enquanto os dois conversavam como duas comadres. Até que meu pai colocou a sua mão sobre a minha e perguntou se estava tudo bem comigo, assenti com a cabeça. Olhei para Troy e ele fazia aquela cara de idiota dele, que me dava muita vontade de o socar, ele prendia o riso, meu pai logo percebeu que havia sim alguma coisa e que estava escondendo.

— O que foi Troy? —

— O Harry está namorando. — Minha vontade foi de enfiar minha faca de mesa em sua garganta e o ver sangrar e sufocar com suas palavras e sangue.

— Namorando?! — Ele ficou um pouco surpreso.

— Eu não estou namorando com ninguém, seu idiota. —

— Não me diga que é com aquele Griffin?! — Meu pai pareceu imensamente preocupado.

— Que nada, deixa aquele encosto pra lá, é com o Ashton Blake. — Agora pronto minha vida havia se tornado novela e aquelas duas senhoras conversavam com eloquência.

— Ah tá. — Ele suspirou visivelmente aliviado com a notícia.

— Troy, eu não estou namorando, se você falar isso de novo eu coloco pó de mico na gaveta das suas cuecas. —

— Por que não traz seu namorado aqui para conhecermos, filho? — Olhei para o meu pai quase incrédulo com o que tinha acabado de ouvir. Aqueles dois me tiravam a paciência.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

O garoto de saiaOnde histórias criam vida. Descubra agora