Capítulo XXIX

607 63 1
                                    

Era sábado, meu dia favorito da semana, hoje eu iria encontrar o meu namorado, eu estava tão ansioso, afinal estávamos tão bem juntos, mesmo separados, a saudade era crescente, era tão irônico sentir falta assim de uma pessoa. A verdade é que Luke estava sendo um excelente namorado, bem diferente do que os meus amigos acreditavam que ele seria. Por isso odeio julgar as pessoas antes de conhecê-las, menos o Robb Herman ele é podre e ninguém muda minha opinião.

Pelo que Karen me contou, o Spencer foi suspenso por uma semana, mas não ficou por isso, ele vai ser processado e os pais da Karen vão exigir que ele preste serviço comunitário, limpando as ruas do subúrbio, logo ele que é metido a riquinho. Fiquei preocupado com o Ashton, não tive notícias dele, não sei o que seus pais fizeram com ele, mas espero do fundo do meu coração que não sejam tão severos com o pobrezinho. Às vezes eu sentia vontade de mandar mensagem e perguntar como ele estava, mas sei que isso não seria legal com o Luke, afinal namorávamos e ele não iria gostar nada de saber que eu estava mandando mensagem para o meu ex-ficante.

— Amor — Karen falou comigo ao telefone — Sabia que semana que vem vai ter uma reunião geral do Conselho de Pais na escola por conta dessa confusão? —

— E vai? Ainda bem que não tenho que participar dessa chatice, por mim eles podem passar a noite discutindo. —

— Mamãe vai, sei lá o que espera, mas vai que meu nome seja citado. —

— Mas você está bem com tudo isso? —

— Estou ótimo amigo, estou de alma lavada. —

— Soube alguma coisa do Ashton? —

— Olha, pelo que eu soube ele está bem, só com um hematoma, vi ele mais cedo inclusive, quando meus pais me levaram para tomar café fora, acho que eles estão preocupados comigo. —

— E eles estão certos. —

— Por que não está mais falando com o Ashton? —

— Ué, eu falei com ele ontem na suspensão, não viu? —

— Mas por que não mandou mensagem para ele perguntando? Você poderia ter mandado mensagem. —

— Karen, olha só, confia em mim, na hora certa eu te conto, mas o Ash não fez nada de errado, apenas não estamos mais ficando juntos, só isso. —

— Tudo bem então. O aniversário de casamento dos meus pais está chegando, eles queria muito que vocês viessem, olha eu falando aqui, os convites nem estão prontos. —

— Vai ter comida? — Fiz uma piadinha leve, acho que eu era o mais sensato de nós três, o menos doidão.

— Vai sim, você não me deixaria sozinho com aquelas peruas loucas e com minha família, não é? —

— Se não tiver camarão, com certeza. —

— Seu escamoso. Por isso odeio essa espécie de twink, femboy ainda mais. —

Quando a Karen desligou, me dediquei a um projetinho que estava crescendo em minha mente. Com isso passei o resto da manhã na frente do computador, enquanto escutava um pouco da vida da Taylor. Quando acabei desci as escadas apreçado já com muita fome.

— Pai! Troy! — Os chamei, os dois saíram da cozinha curiosos, indiquei para que eles se sentassem no sofá, enquanto isso projetei o slide que eu havia acabado de fazer.

— O que foi Harry? — Meu pai questionou.

— Uma coisa importante que vocês precisam ver, é de suma importância. —

— Então, como vocês sabem, eu gosto muito de moda. — A cara de paisagem dos dois era a melhor coisa, ambos se olharam tentando entender o que acontecia.

— E? —

— Então eu fiz essa apresentação que se chama: "10 motivos para comprar a tão sonhada máquina de costura para o Harry". —

— Máquina de costura? E quanto custa isso? — Meu pai ao que parecia não havia aprovado a ideia.

— Vamos falar de valor depois. — Troy levantou a mão, permiti então que ele falasse.

— Eu tenho mesmo que ver isso? Estou falando com minha namorada. —

— Deixa sua namorada grudenta para lá, isso aqui é mais importante. —

— Então fala logo. —

— Primeiro motivo. Eu sou um bom filho, lindo, mas acima de tudo bom. —

— E daí eu também sou?! —

— Calado, você é adotado. Então o segundo motivo é que sempre fui bem na escola, nunca dei trabalho... — Depois de expor todos os dez motivos, meu pai apenas coçou a cabeça e disse que iria pensar, afinal a máquina que eu queria era um pouco cara e ele estava planejando reformar nossa casa naquele mesmo ano.

...

— Pai, Troy, eu vou ao shopping. — Era seis da tarde ainda havia um pouquinho de Sol lá fora, meu pai olhou no relógio, ainda pensou um pouco e então disse:

— Tudo bem, só não chegue muito tarde, Troy te leva até lá. —

Beijei o rosto do meu pai e depois dei tchau. Eu já havia combinado de que esperaria o Luke lá, eu estava torcendo que o Troy não ficasse no meu pé, então tive uma brilhante ideia, a única forma dele não ficar preocupado comigo, era se preocupando com outra pessoa, sua namorada no caso.

— O que a Sophia tem? — Questionei enquanto ele dirigia, imediatamente ele reponde a pergunta com suas sobrancelhas franzidas.

— A Sophia? —

— Sim, achei ela tão estranha ontem, esqueci até de falar com ela, ela está bem? —

— Está sim, até onde eu sei. —

— Ah, acho que deve ser coisa da minha cabeça, ainda bem, eu gosto bastante dela. — Não demorou muito ele ficou inquieto, não deu nenhuma palavra, quando chegamos ele só deu um tchau e foi na maior pressa, ele vai ter que me desculpar por isso, um dia, assim espero. Entrei no shopping e fui direto a uma livraria, na qual seria o nosso ponto de encontro. Aproveitei para dar uma olhada nos itens.

Passei uns vinte minutos entre as prateleiras até que um pouco distraído, de repente sinto alguém me abraçando por trás e beijando o meu pescoço. Não sei como, mas eu já sabia que era ele, talvez pelo fato de chegar assim dessa forma.

— Oi príncipe, demorei? —

— Não, acabei de chegar. — Me virei e o abracei dando um beijinho em sua bochecha, a livraria estava quase vazia naquele horário.

— Você está incrível. — Como sempre trazendo consigo uma infinidade de elogios. Que bom que ele havia reparado, afinal passei a tarde inteira me arrumando para ele. Estava inclusive usando uma saia nova.

— E você ainda mais. — O abracei e beijei o seu lindo pescoço. Minha vontade era morder


CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

O garoto de saiaOnde histórias criam vida. Descubra agora