(Luke Griffin)
A noite com o meu príncipe só havia começado, eu já havia planejado algumas coisas, a primeira coisa que fiz foi o levar até o cinema do shopping, seria meio que uma surpresa, afinal só havia contado a ele que iríamos patinar, os outros eventos de nosso encontro ainda se mantinham em sigilo. O levei em uma sessão cult, com filmes em preto e branco, que supus que ele gostasse.
— Você quer mesmo assistir, meu lindo? Se quiser podemos ir em outro lugar. —
— Quero sim, mas quero mesmo é te dar uns beijinhos. — Harry começou a beijar o meu pescoço e a me cheirar, ele não fazia ideia de como aquilo me deixava excitado, qualquer toque seu por mais que mínimo. A verdade era que meu namorado era um tremendo de um gostoso, tudo nele me tirava do sério, desde ao fato de ele ter uma pele macia e cheirosa, até o volume de suas pernas, ou ainda a sua voz, enfim ele era perfeito. Um garoto com uma beleza feminina sem igual.
O beijando mais uma vez, sentia-me no paraíso, mesmo estando apenas no fundo de cinema. Esses dias passaram tão devagar, todo santo dia quando eu o via na sala de aula, queria o puxar para perto de mim e sentá-lo em meu colo para então enchê-lo de beijos. Mas infelizmente eu não podia, eu me odiava por ser tão covarde ao ponto de deixar de fazer o que eu quero apenas porque as pessoas iriam falar, mas meu mundo era muito mais complicado do que apenas um bando de estudantes de uma escola qualquer. Seu mundinho era tão perfeito, seus amigos o amavam, sua família o amava, ele era sorridente, bonito, extremamente elegante.
— Eu senti muita saudade. — Minhas palavras eram comedidas, pois eu não queria o assustar com o tamanho da paixão que eu tinha por ele. Estar apaixonado era uma das melhores sensações da vida, era ainda melhor do que o efeito de qualquer droga que já utilizei, era bom e não tinha efeito colateral.
— Eu também senti, quase não nos falamos nessa semana, aconteceu tanta coisa. —
— É, foi mesmo. —
— Uma semana, não é? —
— Bem, sim e não, afinal pedi você em namoro na madrugada de Domingo. —
— Ah é verdade, você é bem exato, não é? —
— Tenho que lembrar do dia mais importante da minha vida inteira. —
— Sabia que me esqueço às vezes que namoramos, aí cai a ficha e eu fico sempre em choque, da mesma forma que quando disse que gostava de mim e me pediu em namoro. —
— Por que? —
— Porque nunca pensei que você fosse se interessar por mim, muito menos me pedir em namoro. — Ele naquele momento segurou a minha mão bem forte, entrelaçamos nossos dedos, sua pele era tão macia e agradável, era tão difícil passar horas e dias distante dele, quando eu queria na verdade era estar com ele durante a maior parte do meu dia.
— Harry, é você, sempre foi você. — O abraço, ficamos ali conversando e acabamos nem assistindo o filme, na verdade eu nem sei qual era o seu nome, mas conversar com ele com certeza foi melhor do que qualquer outra coisa.
— Eu contei ao Theo que estamos namorando. — Confesso que me senti um pouco apreensivo quanto a isso, pois outra pessoa além de nós dois estava sabendo, mas se ele contou era porque confiava nele.
— Tudo bem, pelo menos alguém além de nós sabe, não é? —
— É sim, estou pensando em contar para a Karen, mas ela é surtada das ideias. —
— Ela mandou muito bem com o Spencer, foi uma delícia assistir ele se dando mal. —
— Nossa foi sim, ele foi um escroto, sobrou até para mim. —
— O que foi que ele fez? — Perguntei, eu não estava gostando nem um pouco de saber que aquele imbecil havia mexido com o meu pequeno.
— O Ashton Blake foi impedir que ele batesse na Karen, aí o Spencer falou que ele estava querendo era impressionar a "putinha dele", que no caso seria eu. —
— Aquele desgraçado chamou você disso? — Minha vontade era quebrar a cara daquele otário até ele desmaiar.
— Chamou, mas deixa para lá. — Agora tudo fazia sentido, por isso que o insosso do Ashton Blake havia dado um soco no Spencer, aquele otário não havia desistido do Harry ainda, mas se ele está pensando que eu o deixaria ao menos pensar em ficar com o meu namorado ele estava muito enganado. Se eu pudesse esfregaria bem na sua cara que eu estava o namorando, que o Harry era meu namorado e não o dele, daria de tudo para ver aquela sua postura soberana definhar até a de um derrotado. Ele já havia perdido, apenas não sabia disso o que é uma pena, mas um dia eu farei isso, um dia vou fazer questão de aparecer bem na sua frente segurando a mão do Harry.
Depois do cinema o levei em um restaurante de comida italiana, ele estava tão bonito naquela noite, ele começava a perder a timidez comigo e a ganhar intimidade e isso era maravilhoso, afinal eu queria ser o seu confidente o seu comparsa em qualquer aventura. No restaurante tocava uma música bem agradável em um acordeom, Harry parecia estar gostando afinal ele estava bastante atento.
(Harry)
Na pista de patinação, havia quase ninguém, apenas um casal de idosos tentando se equilibrar, Luke fazia aquilo parecer tão fácil, era como se ele já soubesse patinar desde que saiu do útero. Desequilibrado eu fui e por sorte ele me segurou, eu sempre fui péssimo com qualquer atividade física. Me agarrei ao seu corpo tão forte que quase o fiz cair, mas ele era experiente demais.
— Vamos devagar, não precisa criar pânico, eu vou te segurar e não vou te soltar. — Me deu um pequeno e rápido beijo, logo me virou e segurou em minha cintura, e juntos começamos a percorrer aquela pista bem devagar, ele era um ótimo professor. Depois que aprendi a me equilibrar ele soltou o meu corpo e ficou lado a lado comigo, segurando em minha mão. Passamos quase uma hora patinando foi maravilhoso. Mas ele então falou do nada.
— Que tal darmos uma voltinha? — Dessa forma fomos embora do shopping, ele me levou até o estacionamento, onde me deu um capacete, subimos em sua moto e ele me levou pela cidade. Tive se segurar minha saia para não mostrar as pernas. Ele me levou até o parque ambiental da nossa cidade, um espaço verde com muitas árvores.
Descemos da moto ele segurou a minha mão, pela primeira vez andávamos por algum lugar de mãos dadas, isso era tão maravilhoso, me sentia protegido por ele. Juntos caminhamos entres as arvores e por cima de um lindo gramado com folhas caídas. Sentamo-nos em um banquinho a beira de uma lagoa, o vento era frio, mas ele me protegia e me aquecia com seu corpo. Foi ali naquele lugar e naquele momento que ele me disse:
— Harry, eu te amo. —
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O garoto de saia
Ficção AdolescenteHarry é um adolescente impulsivo e cheio de segredos, que aprontará bastante com o coração e com o corpo dos dois maiores rivais do seu colégio.