Capítulo XLV

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(Luke)

Eu olhava pela janela do ônibus que nos levava ao nosso glorioso destino, sinceramente sinto que essa era minha grande chance, todos sempre me disseram que sou um ótimo jogador, agora devo provar isso aos grandes olheiros dos times ou das universidades, eu topo qualquer coisa para sair daquela casa e ficar o mais longe possível da maluca da minha mãe.

— Ei Luke, me acorda quando o ônibus parar em Rainvill. — Tedd, um dos meus amigos falou e colocou um daquelas máscaras para dormir no rosto. A paisagem matutina me fez lembrar dele, sinto meu coração quase se partindo em ter que ficar tantos dias sem vê-lo, mas isso seria por pouco tempo, quando eu conseguisse sair de casa ficaríamos juntos de verdade.

Antes do primeiro jogo, me peguei olhando por uma foto sua, na qual ele estava lindíssimo como sempre, eu era louco por aquele garoto em um nível quase patológico, nunca senti isso por ninguém, esses meses com ele foram os melhores da minha vida inteira.

Conforme o time ia ganhando mais feliz eu ia ficando e curiosamente uma ansiedade crescia dentro de mim, no segundo dia da viagem acabei tendo uma crise no restaurante do hotel, minhas mãos começaram a tremer comecei a soar frio, o ar faltou como se alguém tapasse minha boca e minhas narinas. O treinador me conduziu até o hospital mais próximo, o ambiente hospitalar não me ajudou a acalmar os ânimos pois senti meu coração disparar ainda mais.

Até que enfim me deram um medicamento sublingual e me colocaram em um leito fiquei deitado até que dormi, quando acordei o treinador ainda estava do meu lado eu estava calmo.

— Luke, você está melhor? —

— Estou sim, senhor. —

— Quer que eu ligue para os seus pais? —

— Seria melhor ligar para um bar talvez isso fosse mais útil. —

— O que aconteceu? — Questionou-me com uma tremenda preocupação, ele geralmente possuía uma personalidade explosiva e impaciente, eu não conhecia aquele seu lado compreensivo.

— Eu não sei, não quero falar sobre isso. —

— Tudo bem se não quiser falar sobre sua vida comigo, por isso chamei a psicóloga da escola aqui, ela quer conversar um pouco com você. —

— Eu não quero conversar com ela. —

— Luke, você teve uma crise repentinamente, vou ser bem direto com você, ou você conversa com ela ou você volta para casa. — Não pude recusar, mas não conversaria de bom grado, tudo o que menos quero é conversar sobre minha vida com alguém.

— Olá Sr. Griffin, me chamo Lia Desmond, mas pode me chamar de lia se preferir. — A mulher entrou pela porta, ela vestia um vestido escarlate e trazia em seus braços uma prancheta.

— Olá. —

— Então, soube que você passou mal, quer falar sobre isso? —

— Foi apenas um pequeno incidente, acontece com todo mundo. —

— Sei que pode estar relutante em se abrir comigo, mas devo salientar que sou extremamente rigorosa quanto a ética da profissão, o que me disser aqui ficará aqui, exceto se colocar a vida de outras pessoas em risco, mas tenho certeza de que você não fará isso. — Senti meus olhos marejarem, eu queria apenas ficar sozinho e chorar.

— Eu comecei a pensar em algumas coisas, comecei a pensar no que aconteceria se nosso time perdesse. —

— Então você tem grandes expectativas em relação a isso? —

O garoto de saiaOnde histórias criam vida. Descubra agora